Vicente de Carvalho Poeta brasileiro
5 de abril de 1866, Santos, SP (Brasil)
22 de abril de 1924, Santos, SP (Brasil)
Vicente Augusto de Carvalho formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, unindo-se, ao mesmo tempo, ao grupo de poetas que defendiam a estética parnasiana.
Depois de formado, dedicou-se ao jornalismo, à política e ao comércio de café (nesta última atividade, graças a uma fazenda que comprara em Franca, no interior de São Paulo). Depois de duas viagens à Europa, mudou-se para sua cidade natal, onde residiu até falecer.
Vicente de Carvalho foi essencialmente poeta. Inicia sua carreira quando o Parnasianismo já se empenhava em aniquilar o sentimentalismo romântico.
Segundo Massaud Moisés, "o culto a Camões, modelo de poesia lírica e de soneto de recorte preciso e discursivo, o gosto do lirismo tradicional, a projeção para o mar e os temas histórico-poéticos - tudo isto denuncia", em Vicente de Carvalho, "um poeta formalmente apegado ao ideário parnasiano".
Ao mesmo tempo, contudo, seus versos demonstram melancolia, emotividade, certa ironia, sugerindo alguma influência do Simbolismo.
Mas, na verdade, Vicente de Carvalho foi, na opinião de Massaud Moisés, "um romântico autêntico", que nem o formalismo parnasiano nem o transcendentalismo simbolista haviam conseguido mudar.
Em seus temas, Vicente de Carvalho demonstra predileção pelo mar, talvez um resquício da infância, pois nascera em Santos (SP). Torna-se, assim, o "poeta do mar", elemento ao qual se apegará para transmitir os mais diferentes sentimentos.
Republicano combativo, Vicente de Carvalho desempenhou papel importante no jornalismo: em 1889, era redator do Diário de Santos, fundando, no mesmo ano, o Diário da Manhã (também em Santos). Até 1913, escreveu para O Estado de S. Paulo. No fim da vida, cansou-se do jornalismo, mas continuou em contato com seus leitores através dos poemas que publicava na revista A Cigarra.