Vantagem da sustentabilidade
Mais de dois terços das empresas globais pretendem aumentar investimentos em sustentabilidade neste ano, segundo o Estudo Executivo Global de Sustentabilidade & Inovação 2010, realizado com mais de 3.000 líderes empresariais das principais indústrias e regiões do mundo, inclusive o Brasil.
O estudo foi realizado pela MIT Sloan Management Review, publicação de uma das mais importantes escolas de negócios do mundo, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), em colaboração com The Boston Consulting Group (BCG), consultoria global de gestão, especializada em estratégia de negócios.
Em sua segunda edição – a primeira data de 2009 – a pesquisa aprofundou o tema da sustentabilidade em entrevistas complementares com especialistas em disciplinas como ciência energética, engenharia civil, gestão e estudos urbanos.
Da apuração surgiram dois perfis de empresas: as que estão comprometidas com a sustentabilidade e a consideram prioritária e aquelas que apenas adotam práticas sustentáveis por prudência. Essas últimas, diz o relatório final da pesquisa, “ainda têm muito que fazer além de reduzir custos de energia, aumentar eficiência de materiais e mitigar riscos”.
Retorno financeiro
O relatório final foi denominado Sustainability: The Embracers Seize Advantage (livremente traduzido por Sustentabilidade: Os Entusiastas Saem em Vantagem). Das empresas consultadas, 69% pretendem aumentar os seus investimentos em gestão da sustentabilidade este ano, enquanto 26% delas não planejam mudanças e 2% reduzirão seus orçamentos.
O entusiasmo é marcado pelo retorno financeiro: 66% das empresas disseram que as ações e decisões sustentáveis de suas organizações aumentaram seus lucros. Entre os que investem pouco, apenas 23% dos consultados reconhecem esse resultado.
Em matéria de competitividade, as empresas investidoras são mais confiantes: 70% delas acreditam que suas organizações apresentam desempenho superior ao de seus pares. Daquelas que tratam a sustentabilidade com cautela, 53% acreditam ter desempenho superior e 14% admitem atraso em relação aos concorrentes.
Entre as 15 empresas mais lembradas pelos entrevistados por terem suas marcas ligadas à sustentabilidade, a brasileira Natura ocupa o 14º. lugar, ao figurar pela primeira vez no relatório. As três primeiras dessa lista são as americanas GE e Walmart e a japonesa Toyota.
Forças externas
As pressões de sustentabilidade estão transformando as relações nos negócios, no trabalho e na vida das pessoas. Isso fica claro em algumas das conclusões do relatório. A melhoria da reputação da marca é percebida como o maior benefício para a empresa que investe em sustentabilidade e foi mencionada por quase 50% dos entrevistados.
A indústria automobilística é vista como o setor no qual a sustentabilidade é mais crítica: 80% dos executivos disseram que as estratégias relacionadas ao tema são necessárias para que as empresas sejam competitivas.
Dos entrevistados, apenas 29% acham que a indústria de mídia e entretenimento precisa de estratégias de sustentabilidade no presente. No entanto, 51% disseram que elas serão necessárias no futuro.
Aqueles que investem pouco em sustentabilidade, e que são chamados de “cautelosos” no relatório, planejam aumentar a atenção ao investimento e à gestão do tema. Eles eram 51% na pesquisa anterior e, agora, são 63%.
As forças externas partem de todos os lados. Alguns exemplos? Governos continuam pressionando empresas para reduzir a emissão de carbono na atmosfera. Investidores institucionais e fundos de pensão começam a olhar seus investimentos pelas lentes da sustentabilidade. Em alguns bancos, a sustentabilidade já é fator de decisão para a concessão de crédito. As credenciais de sustentabilidade de uma empresa são fundamentais para que muitos candidatos se interessem por um emprego. Aumenta a demanda de consumidores não só por produtos orgânicos, mas por aparelhos que consomem menos energia e veículos híbridos. No mundo dos negócios, essas pressões podem se tornar oportunidades.
*Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.
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