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Quatro visões do meio ambiente

Lucila Cano

08/03/2013 06h00

Neste início de março, o Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) divulgou resultados de pesquisa realizada em seu site entre 11 e 22 de fevereiro. Participaram 1.200 pessoas de 15 a 26 anos de idade, que apontaram uma de quatro opções relativas ao meio ambiente.

Essa foi a primeira pesquisa do Nube a respeito do envolvimento de jovens com o tema ambiental. À pergunta “Qual o seu envolvimento com o meio ambiente?”, 52,85% responderam: “Tenho hábito de reciclar lixo diariamente”. Outros 21,42% disseram ser consumidores de marcas ecologicamente corretas. As redes sociais e mensagens alusivas ao meio ambiente apareceram em 17,51% das opções e, por último, 8,21% afirmaram fazer parte ativa de movimentos sociais.

O jovem e seu tempo

Que gerações mais jovens são mais suscetíveis à necessidade de preservação do patrimônio natural não é novidade. Assim como os mais velhos lutaram pela liberdade de expressão e de direitos universais em um período de grande repressão moral, visando o que seria de suas vidas futuras, os jovens de hoje defendem o seu mundo de amanhã. 

Eles estão certos. Enfrentamos o desafio de lidar com volumes exagerados de lixo de um lado e escassez de energia de outro. O lixo que contamina a terra e a água do planeta precisa ser transformado em energia aproveitável, para que possamos viver em equilíbrio. A reciclagem apontada pelos jovens já é um avanço. Outros dependem de políticas públicas mais efetivas, destinação e controle eficaz de verbas para o saneamento, incentivo à pesquisa na busca de soluções para esse problema.

A opção de 21,42% dos jovens pelo consumo de marcas ecologicamente corretas, “demonstra a necessidade de as grandes corporações investirem em produtos sustentáveis”, segundo Rafaela Gonçalves, analista de treinamento do Nube.

Para ela, “esse é um ciclo no qual se envolve a responsabilidade ambiental da empresa produtora e a consciência do consumidor na hora de comprar”.

Quanto às mensagens nas redes sociais, terceira opção dos jovens na pesquisa, a avaliação da analista é interessante. Ela diz que “estar engajado nessas causas já é um primeiro passo, mas mudar hábitos simples pode surtir muito mais efeito”.

Por fim, ficaram os movimentos sociais, com 8,21% das respostas. Embora esse percentual seja o menor, parece-me significativo, porque evidencia dois aspectos: conhecimento mais aprofundado das questões ambientais e/ou disposição para fazer alguma coisa.

Mais espaço para a sustentabilidade

No mundo dos negócios, a preocupação com a sustentabilidade também se amplia. As empresas requisitam mais profissionais para ocupar posições ligadas à sustentabilidade. Segundo o Nube, a demanda cresceu 15% nos últimos anos.

O Nube é uma organização privada, que trabalha com a colocação de jovens no mercado de trabalho, sejam estagiários ou trainees, sejam profissionais já formados.

Sua atuação se dá em três pontas. Capta currículos e cuida do encaminhamento de candidatos para o mercado, mantém uma carteira de clientes interessados no recrutamento dos jovens e possui convênio com instituições de ensino em todo o país.

A tecnologia da informação é grande aliada do Nube no relacionamento com candidatos, empresas e escolas. Seu banco de currículos fica disponível, com a rapidez e a funcionalidade da informação via internet.

A internet também é o canal para o diálogo com os candidatos, frequentemente acionado por levantamentos sobre o que os jovens pensam de determinados assuntos. 

Em uma das colunas de abril do ano passado, fiz referência a uma pesquisa do Nube, que analisava o desempenho de estudantes em entrevistas de emprego. O foco era a falta do hábito de leitura, evidenciada pelo excesso de erros em testes ortográficos: cerca de 50% acima do limite aceitável entre estudantes de Jornalismo e de Pedagogia; até 67% entre os de Matemática e até 71% entre os estudantes de Artes e Design. Na época, foram avaliados 6.716 jovens.


*Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.