Mobilização de jovens para a Copa
Está em curso um processo de seleção da Childhood Brasil em parceria com a OAK Foundation que, embora destinado às 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, poderá servir de exemplo para outras localidades e circunstâncias.
O “Edital Jovens 2013 – pela Proteção de Crianças e Adolescentes durante a Copa do Mundo 2014” foi lançado em Olinda (PE) no início de março, durante o seminário “Adolescentes e Jovens Conectados por uma Copa sem Violência Sexual”.
A iniciativa prevê a mobilização de jovens para barrar a violência sexual contra crianças e adolescentes por meio de ideias simples, viáveis e que possam ser colocadas em prática durante a Copa. Como bem disse Anna Flora Werneck, coordenadora de programas da Childhood Brasil: “Nós queremos potencializar a capacidade de engajamento e mobilização dos jovens a favor de uma infância livre de violência durante os jogos”.
Jovens líderes poderão se inscrever até 20 de abril, de acordo com os requisitos do edital publicado no site. Nove projetos serão escolhidos.
De jovens para jovens
Ouvir o que os jovens têm a propor é atitude sábia. Ninguém melhor do que eles para a identificação e o diálogo franco com seus pares. Além disso, propostas inovadoras podem surgir desse grupo cada vez mais ligado às facilidades da comunicação online.
Tony Marlon, 27 anos, morador do Campo Limpo, zona sul da cidade de São Paulo, é um desses jovens. Ele criou a Escola de Notícias, que atua em educomunicação e mobilização comunitária. É por meio da prestação de serviços de comunicação que ele consegue verba para reinvestir na Escola de Comunicação Comunitária, voltada para jovens da região. Sua iniciativa conquistou o Prêmio Aliança de Empreendedorismo Social 2012.
Entre os requisitos propostos pelo edital, alguns pontos chamam a atenção. As iniciativas devem estar articuladas com rede local de proteção, ou seja, os jovens inscritos devem estar vinculados a uma organização social que será a responsável legal pelo projeto. O orçamento previsto não deve ultrapassar o valor de R$ 40 mil e a “ideia” deve ter potencial de multiplicação.
Outros aspectos de caráter legal estão devidamente esclarecidos no site da Childhood como, por exemplo, a comprovação de a organização social ser uma instituição não governamental e sem fins lucrativos e de suas ações respeitarem o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Os projetos inscritos serão avaliados em maio e a divulgação dos selecionados ocorrerá em meados de junho. Técnicos da Childhood Brasil acompanharão o desenvolvimento dos projetos a partir de agosto.
Parcerias para a transformação social
A Childhood Brasil integra a World Childhood Foundation, instituição internacional criada em 1999 por Sua Majestade Rainha Silvia da Suécia para proteção da infância.
A rainha, de ascendência brasileira, trouxe a fundação para o país na mesma época, há 14 anos. O foco da Childhood Brasil é o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Atualmente, seis programas próprios e três projetos especiais são desenvolvidos pela fundação.
Em parceria com cerca de 60 outras organizações, a Childhood Brasil já apoiou 108 projetos em benefício de mais de 1,5 milhão de pessoas. Entre elas estão não só crianças e adolescentes, mas também seus familiares e profissionais de diferentes setores. Isso, porque a fundação estende suas orientações e formação a educadores e demais agentes envolvidos com a proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes no país.
A presente realização, com o suporte da OAK Foundation, é exemplo de como a Childhood atua em programas de transformação social. A OAK Foundation foi criada em 1998 por organizações filantrópicas com sede em Genebra, na Suíça. Desde a sua fundação, destina recursos a projetos de interesse social, meio ambiente e melhoria de vida de pessoas desfavorecidas. Já apoiou mais de 2.400 iniciativas em todo o mundo.
* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.
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