Arte paleocristã - Arte das catacumbas
Antes de o imperador romano Constantino ter legalizado o cristianismo no ano de 313, a perseguição aos seguidores de Jesus era grande, obrigando-os a praticarem seu culto escondidos, geralmente em catacumbas, onde os arqueólogos encontraram registros de sua presença.
Assim, o termo arte paleocristã, ou paleocristianismo, não se refere propriamente a um estilo, mas a todas as formas artísticas produzidas por ou para cristãos, durante o Império Romano do Ocidente. Observe:
Este é o exemplo de um afresco pintado em uma catacumba. O peixe e o pão eram símbolos muito importantes do cristianismo primitivo. Alguns pesquisadores relacionam o peixe a Jesus Cristo e o pão à eucaristia.
O desenho de símbolos era importante, pois, da mesma forma que havia a preocupação de se enterrar os mortos, ao invés de cremá-los, acreditava-se que essas imagens remetiam ao paganismo romano, o que protegia os cristãos.
Porém, com o passar dos anos, esse tipo de desenho simbólico dá lugar a afrescos e relevos mais explícitos, ou seja, com narrativas da própria história de Jesus, como o relevo a seguir:
Detalhe de um sarcófago, provavelmente proveniente da Catacumba de Domitília, mostrando o julgamento de Pilatos. |
É possível perceber na forma do relevo uma estética herdeira da arte greco-romana, como as colunas que emolduram a cena e os traços físicos dos indivíduos. No entanto, trata-se de uma cena referente à história cristã: Pilatos lavando as mãos.
Esse tipo de trabalho em catacumbas servia para difundir o cristianismo, pois, a partir das imagens, os cristãos poderiam transmitir suas histórias e dogmas, uma vez que não existia a Bíblia como conhecemos hoje, e a grande maioria da população não sabia ler.
Foram encontrados vestígios da arte paleocristã de diversas formas. Além de afrescos e relevos nas catacumbas, temos também a arquitetura, surgida após a legalização do cristianismo, os mosaicos, pinturas, iluminuras, esculturas e painéis.
O bom pastor. Provavelmente século 5. |
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