Hades - O rei do mundo subterrâneo
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Na cosmografia dos antigos gregos, as profundezas da Terra, lugar para onde ia o espírito dos mortos, era chamadas de Hades. Este era também o nome do deus que se tornou seu soberano, de acordo com o sorteio (realizado após a vitória de Zeus e seus irmãos sobre Cronos), que dividiu o mundo em três reinos, dos quais o mundo subterrâneo coube a Hades.
Irmãos de Zeus, Hades participou do combate que destronou Cronos, usando um capacete que o tornava invisível. Hades, aliás, significa “invisível” em grego, mas o deus não gostava que seu nome fosse pronunciado pelos mortais que o chamavam de Plutão (= “rico” em Grego), numa provável referência às riquezas da terra.
Solitário e decidido a se casar, Hades raptou sua sobrinha Perséfone, ainda adolescentes, nos prados da Sicília, onde ela colhia flores com umas amigas. Deméter, a mãe da garota, desesperada, foi à procura de Zeus que, ao saber do ocorrido, ordenou a Hades que libertasse Perséfone. Contudo, sabendo que quem recebesse qualquer alimento no reino dos mortos não poderia sair de lá, Hades fez a sobrinha comer um grão de romã.
Para conseguir satisfazer Deméter e Hades, Zeus decidiu que Perséfone passaria uma parte do ano no mundo dos mortos com o marido e outra parte com Deméter no monte Olimpo. Sendo Deméter a deusa da fertilidade da terra, compreende-se que o mito de Perséfone se liga ao ciclo das colheitas: ela é a semente que se esconde no Hades durante o plantio e se transforma, na época certa, no fruto que a terra produz.
Sobre o Hades topográfico, isto é, sobre o lugar chamado Hades, é interessante notar que nas lendas mais antigas, ele se situava nos confins do Ocidente, depois do rio Oceano, que circundava o mundo. Mais tarde ele passou a se localizar nas profundezas da terra propriamente ditas, que podiam ser atingidas por meios de abismos naturais. O Hades era separado do mundo dos vivos pelos rios Aqueronte, Cócito, Flêgeton e Estige, aos quais a poesia latina acrescentou o rio Lete.
Fontes:
- Dicionário de Mitologia Grega e Romana, Mário da Gama Kury, Jorge Zahar Editor.
- Dicionário Mítico-Etimológico, Junito Brandão, Editora Vozes.