Pop art - Cultura popular e crítica
Valéria Peixoto de Alencar*, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Pop é uma expressão que se refere a algo popular, à cultura popular no sentido de cultura de massa. Por exemplo, você já deve ter visto uma banda de música classificada como pop. Ou deve conhecer o termo pop rock.
No mundo globalizado em que vivemos poderíamos citar vários exemplos de manifestações culturais pops: além da música, telenovelas, seriados, boa parte da produção cinematográfica e até mesmo o futebol fazem parte da cultura popular brasileira. Inclusive pelo fato de que tudo, nos dias atuais, passa por um processo de massificação, ou seja, é televisionado, comercializado e exportado.
A pop art
Pop art ou arte pop foi um movimento, surgido principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, na década de 1950, que utilizava elementos, figuras e a própria estética popular em seus trabalhos, de maneira a fazer uma crítica direta e irônica da sociedade consumista que se formava naquela época, especialmente com a popularização da televisão.
Andy Warhol, Marilyn. |
A crítica atingia as celebridades, e com a facilidade de reproduzir imagens, essas celebridades acabavam se tornando pops. Um exemplo disso é a ilustração acima, uma das séries que Andy Warhol fez com a imagem de Marilyn Monroe, ícone do cinema. Assim como esta, ele reproduziu as imagens da Monalisa (de Da Vinci), de Che Guevara, de John Lennon, entre outros, tratando todos como celebridades, não importando se eram ícones da arte, da política ou da música, se eram reais ou imaginários. O que eles tinham em comum? Eram imagens largamente divulgadas, massificadas e consumidas.
A técnica utilizada nessas séries de Warhol é a serigrafia, a mesma utilizada para estampar camisetas, ou seja, algo muito próximo da vida cotidiana. Com isso, os artistas pop também demonstravam sua recusa em separar a arte da vida. Ou seja, por meio dos temas ou da linguagem, incorporaram à arte o cinema, a televisão, a publicidade e as histórias em quadrinhos (HQs).
Isso acontece, por exemplo, em algumas obras de Roy Lichtenstein, que incorporou a seu trabalho a estética das artes gráficas:
Pop art de Lichtenstein. |
Observe a semelhança com as imagens das HQs, tanto na expressão do rosto como na figura formada por pontos, tal qual as imagens gráficas - o que na era digital chamamos de pixel.
No Brasil, a pop art influenciou diversos artistas, dentre os quais podemos citar Cláudio Tozzi, Rubens Gerchman, Marcelo Nitsche, entre outros.
Rubens Gerchman, Superhomens, 1965. |