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China e Tibete - Diálogo marca processo de reaproximação

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Preso entre a China e a Índia, dois gigantes da Ásia, o Tibete, que corresponde à região autônoma chinesa de Xizang, possui uma área de 1,2 milhão de km2 com uma população próxima dos 6 milhões. Recentemente, o governo exilado do Tibete restabeleceu os contatos com a China, marcando o início de um processo de reaproximação, após mais de uma década sem diálogo.

Na busca de uma solução pacífica para a questão tibetana, ambas as partes têm feito concessões. Pequim libertou vários prisioneiros políticos tibetanos, e o dalai-lama -líder espiritual e político- diz-se disposto a aceitar a autonomia do Tibete dentro da China em vez de continuar pleiteando a independência total do país.

A partir dos anos 50, pouco depois da Revolução Comunista, comandada por Mao Tse-tung, a China ocupou o Tibete. Uma resistência pacífica, brutalmente esmagada pelas forças de Pequim, transformou-se na rebelião de 1959, que levou à fuga o dalai-lama e à formação de um governo tibetano no exílio, com sede na cidade indiana de Dharamsala.

Com a Revolução Cultural maoísta dos anos 60, foi deflagrada uma violenta repressão contra a cultura budista do Tibete, inclusive com o incentivo à imigração chinesa para a região. Milhares de tibetanos se refugiaram na Índia, onde vivem até hoje.

Depois de mais de 40 anos de exílio, Tenzin Gyatso, o dalai-lama, continua sendo a voz mais contundente na luta de libertação do povo tibetano. Partidário da política da não-violência e agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1989, restabelece o diálogo com Pequim disposto a retornar a Lhasa, capital do Tibete, ou, segundo suas palavras, "para atrás das altas cadeias de montanhas que separam seu país do resto do mundo".

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