Câncer - origem, tratamento e prevenção - Vida saudável diminui as chances de ter a doença
Câncer é o nome dado a um vasto grupo de doenças que têm em comum a multiplicação anormal de células do próprio organismo. Essa proliferação descontrolada provoca a formação de uma massa celular denominada tumor.
O tumor é chamado de benigno quando suas células não se alastram pelo organismo. Porém, no caso do câncer, o tumor é chamado de maligno, pois suas células se espalham através da corrente sanguínea ou do sistema linfático, atingindo novas regiões do corpo e formando outros tumores.
Esse processo de propagação e formação de novos tumores é denominado metástase. No caso dos tumores benignos, a cura pode ser obtida através de sua remoção cirúrgica. Porém, quando se trata de um tumor maligno, o tratamento se torna mais difícil, pois é necessário eliminar todos os focos de metástase no organismo.
Existem mais de cem formas de câncer, que são classificadas de acordo com a sua origem. A divisão principal inclui grandes grupos, os quais se subdividem de acordo com a região do corpo e o tipo específico de célula que dá origem ao câncer.
Assim, temos quatro grandes grupos: carcinomas, que correspondem aos cânceres originados a partir de células epiteliais; sarcomas, que são os cânceres originados a partir do tecido conjuntivo ou muscular; cânceres do sistema linfático ou hematopoético; e cânceres do sistema nervoso central.
O câncer se origina a partir de uma única célula - ela sofre uma série de mutações que a levam a se replicar além do normal. Para que o tumor possa ser detectado através de exames químicos ou de raios X, é necessário que esta célula primordial já tenha originado bilhões de novas células cancerígenas.
Tratamento
O tratamento depende do tipo de câncer, do grau de metástase e de características individuais do paciente, como idade e histórico médico. Basicamente, existem três opções: a radioterapia, a quimioterapia e as intervenções cirúrgicas. Muitas vezes, utiliza-se uma combinação dessas três técnicas. Porém, nem sempre esses tratamentos conseguem eliminar completamente o tumor e as metástases.
A radioterapia consiste na utilização de radiação para eliminar as células cancerígenas e impedir a sua proliferação pelo organismo. A radiação interfere no DNA da célula cancerígena, impedindo seu processo de divisão ou determinando a morte celular, quando esse processo se inicia. Atualmente, existem métodos computadorizados para a aplicação da radiação, de forma que se atinja precisamente o tumor, aumentando a probabilidade de sua eliminação.
Na quimioterapia são utilizados medicamentos administrados por via oral, de aplicação tópica ou através de injeções intravenosas, subcutâneas, ou no liquor da medula espinhal. Através da circulação sanguínea ou da simples difusão, os quimioterápicos se espalham por todo o organismo e atingem as células cancerígenas. As substâncias contidas nesses medicamentos prejudicam a divisão ou causam a morte celular programada (apoptose). Assim, dificultam o crescimento, principalmente, das células que se multiplicam rapidamente.
A quimioterapia possui a vantagem de atingir as células tumorais em todas as regiões do corpo. Porém, pode afetar também outras células de crescimento rápido, como as células epidérmicas, sanguíneas e do epitélio do sistema digestivo. Dessa forma, alguns dos possíveis efeitos colaterais do tratamento são: queda de cabelo, diminuição do número de células sanguíneas e disfunções do aparelho digestivo.
Em diversos casos o tumor é removido cirurgicamente e, em seguida, é realizado o tratamento através da radioterapia ou da quimioterapia, ou ainda da combinação entre ambas. Em alguns casos, também pode ser realizado o transplante do órgão ou tecido afetado. É o caso do transplante de medula óssea realizado em alguns pacientes com leucemia, um tipo de câncer que ataca os glóbulos brancos do sistema imunológico.
Prevenção
Muitos tipos de câncer podem ser combatidos através de medidas preventivas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a adoção de hábitos de vida saudáveis - como uma alimentação balanceada, rica em vegetais, e a prática regular de exercícios - pode contribuir para a redução, ao menos, de 40% da chance de desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
Não fumar ou parar de fumar é outro fator muito importante na prevenção, pois, muitos casos de câncer - por exemplo, de boca ou de pulmão - são provocados pelas substâncias tóxicas encontradas no cigarro.
Células cancerígenas em multiplicação. Fonte: Whitehead Institute for Biomedical Research
Os raios UVA presentes na radiação solar são capazes de penetrar em camadas profundas da epiderme, danificando-a e favorecendo o surgimento do câncer de pele. Assim, devemos evitar a exposição ao sol entre 10 e 16 horas, e utilizar sempre proteções adequadas como filtro solar, chapéu e óculos escuros. Para pessoas que trabalham ao ar livre e não podem evitar o sol nesse período recomenda-se, além das proteções relacionadas acima, a utilização de roupas que protejam ao máximo a pele, como calças e camisas de manga comprida.
Porém, a prevenção de tumores com origem genética só é possível através do diagnóstico precoce. Para tanto, é importante a realização de exames de rotina e também de exames específicos, no caso de pacientes com histórico familiar de algum tipo de câncer. Por exemplo: mulheres a partir dos 25 anos devem realizar o exame ginecológico preventivo (Papanicolau) para diagnosticar o câncer de colo de útero; e, a partir dos 40 anos, devem realizar mamografias periódicas para diagnosticar a presença de câncer de mama.
Para os homens, recomenda-se a realização de exames para detectar a presença de câncer de próstata a partir dos 50 anos. Cabe lembrar que, para pacientes com históricos familiares de câncer de mama ou próstata, a idade para o início desses exames é menor. Para aqueles com histórico de algum outro tipo de câncer, a realização de exames específicos, como a colonoscopia, também é recomendável.
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