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Répteis - Caraterísticas

Carlos Roberto de Lana

Se houvesse um campeonato de popularidade entre os grupos animais, dificilmente os répteis seriam campeões. Nós, os mamíferos, temos uma certa aversão natural àquelas criaturas rastejantes e escamosas. Prova disso é o nosso relacionamento nada cordial com as serpentes, contra as quais muitas espécies são atavicamente prevenidas. Sem falar nas muitas mitologias que as associam ao mal em estado puro.

Os répteis também são freqüentemente apresentados como criaturas pouco evoluídas, com organismos e estruturas físicas inferiores às dos animais de sangue quente (mamíferos e aves) e dotados de cérebros pequenos e mal formados que os tornam ridiculamente estúpidos. Mas basta olharmos para aqueles animais com mais atenção e menos preconceito e descobriremos neles criaturas notáveis.

Répteis são criaturas respeitáveis

Afinal, se os humanos estão entre os caçulas da família de seres vivos do planeta, contando seu tempo na casa da centena de milhar de anos, os répteis já se banhavam ao sol antes de os grandes dinossauros dominarem o mundo e continuaram por aqui, com pouquíssimas mudanças, depois que eles se foram. Ou seja, os répteis protagonizaram uma história de sucesso evolutivo por centenas de milhões de anos, o que, por si só, já os faz merecer algum respeito.

Se as tartarugas e crocodilos de hoje são essencialmente os mesmos que dividiam o período Jurássico com os dinossauros é porque combinaram características vitais para a sobrevivência a longo prazo das espécies: grande adaptação ao seu ambiente e às mudanças, mesmo bruscas, que este ambiente sofre ao longo do tempo.

Ectotermia vs. endotermia

Os répteis são ectotérmicos, isto é, dependem do calor do ambiente externo para regular a sua temperatura corpórea, daí aquelas cenas conhecidas dos jacarés tomando banho de sol à beira dos rios do pantanal.

Ao contrário dos mamíferos e aves que são endotérmicos, ou seja, que utilizam o calor interno para manter a temperatura corpórea, as cobras, lagartos, tartarugas, crocodilos e demais parentes não possuem temperatura corporal constante.

É por conta disto que ursos, focas e pinguins podem suportar o frio das regiões polares onde nenhum réptil sobreviveria, uma vez que o metabolismo dos mamíferos e aves produz o calor necessário para mantê-los aquecidos.

A primeira vista, este seria um dos sinais da inferioridade biológica dos répteis, mas quando consideramos que um crocodilo adulto, após um período de alimentação abundante, pode passar até dois anos sem comer, vemos que a fisiologia deles não é tão fraca assim.

Harriet e Darwin

Como os répteis regulam sua temperatura corporal ao sol, não precisam consumir energia derivada de alimentos para manter o funcionamento de seus organismos. Sendo a luz solar gratuita e abundante, esta solução evolutiva mostrou-se muito eficiente.

E ainda deve-se levar em consideração o quesito da longevidade. Se os humanos com toda sua medicina e ciência alcançam em média períodos de vida em torno de 70 a 80 anos, é de causar inveja o fato de Harriet, uma tartaruga das Ilhas Galápagos que foi estudada por Charles Darwin, ter falecido recentemente na tenra idade de 176 anos.

Nem todos os répteis têm este tempo todo de vida disponível, mas crocodilos e outras espécies podem alcançar idades avançadas.

Existem quatro ordens de répteis:

Ovíparos ou ovovivíparos

Longevidade e estupidez

  • Ordem Crocodilia - crocodilos, jacarés e gavial: 23 espécies

 

  • Ordem Rhynchocephalia - tuataras da Nova Zelândia: 2 espécies

 

  • Ordem Squamata - lagartos, camaleão e cobras: aproximadamente 7.600 espécies

 

  • Ordem Testudinata - tartarugas: aproximadamente 300 espécies

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