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Canal do Panamá - Via liga Atlântico e Pacífico

Luiz Carlos Parejo

Localizado no istmo do Panamá, na América Central, o Canal do Panamá foi construído entre 1908 e 1914 para ligar os oceanos Atlântico e Pacífico. O local foi escolhido por ser o istmo a parte mais estreita do continente americano. A primeira proposta de se construir o canal é de 1534, sob o reinado do imperador espanhol Carlos 5º.

Em 1879, o francês Ferdinand de Lesseps - que abriu o Canal de Suez (no Egito, ligando o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho) - inicia os trabalhos após acordo com o governo colombiano (o Panamá pertencia à Colômbia). O despreparo dos europeus frente a doenças tropicais, como malária e febre amarela, e as dificuldades de execução de obras de engenharia em áreas pantanosas levaram o projeto à falência dez anos depois.

EUA induz Panamá à independência

Interessados em uma ligação marítima mais rápida entre a costa leste e costa oeste, são os Estados Unidos que insistem no projeto e a Colômbia quer a reavaliação do contrato. Em 1903, como não chegam a um acordo, os EUA induzem o Panamá - na época, uma província da Colômbia - à independência. Formado o novo país, o governo americano obtém autorização para a construção do canal em troca de sua concessão e uma faixa de terra de 8 km de largura em cada lado do canal.

Depois de várias disputas pela soberania do canal, Panamá e Estados Unidos assinam em 1977 um acordo e o controle passou definitivamente aos panamenhos no ano 2000. O canal passa atualmente por reformas, que deverão custar bilhões de dólares. No acordo de sua devolução, consta uma cláusula que prevê que, em caso de ameaça, os EUA podem ocupar o canal.

O canal tem 82 quilômetros de extensão, 152,4 metros de largura, 26 metros de profundidade e três eclusas duplas. Sua travessia leva de 16 a 20 horas. Apesar da alta taxa de pedágio - cerca de US$ 28 mil -, em função dos custos de manutenção, o canal tem tráfego intenso. Em 1993, serviu de passagem para 12,257 mil navios. É um ponto estratégico militar e econômico, porque evita que grandes navios tenham de fazer a volta ao redor da América do Sul para atingir outro oceano.

Como funciona o Canal do Panamá

A travessia do Canal do Panamá é feita por três comportas, em que a água funciona como um elevador. Vindo do Atlântico, por exemplo, o navio entra na comporta, com a água no mesmo nível do oceano. Os portões são fechados e as válvulas de enchimento abertas. A água entra através de poços do piso, elevando o navio 26 metros, até o nível do Lago de Gatun. As válvulas são fechadas e os portões superiores abertos. O navio sai da comporta para o lago. E segue para as outras comportas, onde acontece o processo inverso de descida até o nível do oceano Pacífico.

 

Economia centro-americana

A agricultura é a principal atividade econômica da América Central e do Caribe, com exceção do Panamá, que possui um setor de serviços desenvolvido graças à demanda gerada pelo canal. Entre os principais produtos exportados estão café, banana, algodão, açúcar, fumo e carne.

Alguns países se destacam em outras áreas, como Trinidad e Tobago com o petróleo e a Jamaica com a bauxita. O desenvolvimento industrial ainda é incipiente, mas os países centro-americanos apresentam crescente diversificação, que resulta no aumento de empregos especializados. É o caso de Porto Rico e Barbados, com a indústria de componentes eletrônicos. O setor bancário cresce com o surgimento de novos paraísos fiscais e o turismo tem ganhado força.

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