Combustível alternativo - Hidrogênio e célula a combustível
Ronaldo Decicino
(Atualização em 06/01/2014, às 16h46)
Governos e empresas, tanto de países desenvolvidos quanto de emergentes, estão investindo em novas tecnologias e fontes alternativas de energia: biocombustíveis, vento, sol, ondas do mar e, a mais promissora, o hidrogênio. Acredita-se que esse gás estabelecerá as bases da economia no futuro.
O mundo tem sido movido a combustível fóssil há cerca de três séculos - primeiro foi o carvão, depois o petróleo e o gás natural. A invenção do motor a vapor, em 1764, deu início ao processo que se estende até hoje. Mas, segundo estudos da empresa Shell, isso não irá durar por muito tempo, pois a previsão é de que as reservas de petróleo irão acabar por volta de 2045, com a previsão de que um barril chegará a custar US$ 600,00 (em novembro de 2008, o preço barril era de US$ 60,00).
Célula a combustível
Atualmente, pesquisas têm revelado um momento histórico da tecnologia, pois ela ruma em direção ao dia no qual carros movidos por célula a combustível farão parte do cotidiano.
A célula a combustível é um equipamento que gera eletricidade através de uma reação química. Entre os vários tipos existentes, o mais comum e a Próton Exchange Membrane (PEM) ou membrana de troca de prótons.
Mover automóveis, trens, navios e aviões é apenas uma das aplicações da célula a combustível, que tem ainda a capacidade de gerar energia estacionária, isto é, para consumo residencial, comercial ou industrial. Além disso, essas células poderão funcionar como baterias de telefones celulares, computadores, calculadoras ou qualquer outro aparelho eletroeletrônico.
Para que o hidrogênio possa ser usado nas células a combustível, é necessário isolá-lo, uma vez que esse elemento não está livre na natureza, mas preso nos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), nos renováveis (biomassa, etanol, metanol) e na água. Para ser empregado como fonte de energia, primeiro será preciso extraí-lo dessas substâncias.
A ideia de usar essa fonte de energia é antiga, mas só agora há iniciativas em diversos países. A aposta é de que a nova fonte de energia será uma forma de livrar a humanidade da dependência do petróleo.
Neste início do século 21, existem resultados concretos para transformar o hidrogênio em fonte de energia. Há protótipos de ônibus rodando de forma experimental ou pré-comercial e células a combustível produzidas em série. Em Washington (EUA), existe um posto de gasolina que possui bomba de hidrogênio. Além disso, outros cinco postos que fornecem hidrogênio em suas bombas foram instalados no Japão.
Petrobras
No Brasil, a Petrobras destina cerca de US$ 1 milhão por ano para o desenvolvimento da tecnologia do hidrogênio, realizando pesquisas em parceria com universidades e outras instituições, nacionais em sua maioria.
Como exemplos da pesquisa, pode-se citar a construção de uma fábrica em São Bernardo do Campo, cujo objetivo será fornecer combustível para o primeiro ônibus movido a hidrogênio do Brasil, que deverá estar em circulação, em caráter experimental, já em 2008.
As pesquisas sobre essa fonte de energia têm avançado em todo país, com destaque para a atuação do MME (Ministério de Minas e Energia) e do INT (Instituto Nacional de Tecnologia), ligado ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia).
Apesar de todo o esforço mundial, ainda existem dificuldades a serem superadas para que o uso do hidrogênio torne-se realidade. Por exemplo, aperfeiçoar e baratear as células a combustível, assim como os veículos movidos por esse gás. Além disso, também é necessário criar uma infra-estrutura de fábricas e postos de abastecimento.