Empregos verdes - Número de empregos ligados à ecologia crescerá
Ronaldo Decicino
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), empregos verdes podem ser definidos como postos de trabalho que reduzem o impacto ambiental causado por algumas empresas.
Direcionar a vida profissional para atividades relacionadas ao meio ambiente é uma alternativa cada vez mais real - e com oportunidades que se multiplicam a cada dia. Existem vagas em ONGs, nos governos e em empresas voltadas à preservação da natureza ou preocupadas em zelar por sua imagem pública.
De acordo com a OIT, o mercado global de produtos e serviços com foco no meio ambiente já movimenta mais de 1 bilhão de dólares e deve alcançar 2,7 bilhões em 2020. É o que indica o relatório "Empregos verdes: trabalho em um mundo sustentável e com baixas emissões de carbono", da OIT.
As chances são crescentes mesmo nos países com força de trabalho em boa parte não qualificada. Como exemplo pode-se citar a China, onde 10 milhões de pessoas dedicam-se a atividades relacionadas à reciclagem do lixo.
Mudanças
Ainda segundo a OIT, a tendência é de que as condições de trabalho, nas tarefas ligadas a processos de reciclagem, melhorem. Além disso, outras formas de emprego também sofrerão mudanças:
- Serão criados empregos adicionais na fabricação de uma gama maior de produtos (por exemplo, os desenvolvidos especificamente para o controle de poluição);
- Os empregos já existentes darão lugar a novas funções, como no caso relacionado, por exemplo, à substituição de combustíveis fósseis por renováveis;
- Soldadores, pedreiros, encanadores, eletricistas e outros trabalhadores da construção civil terão de aprender a trabalhar com novos materiais, ferramentas e técnicas;
- Algumas funções desaparecerão, principalmente as ligadas a produtos ecologicamente incorretos. (O relatório da OIT, no entanto, ressalta que o número de vagas abertas ultrapassará o das eliminadas.)
Segundo projeções da OIT, os investimentos em energias alternativas devem criar mais de 20 milhões de empregos - e outros 12 milhões na área de biocombustíveis.
No Brasil
O Brasil vem se destacando na criação de cooperativas voltadas ao trabalho com reciclagem. Essas cooperativas já envolvem cerca de 60 mil catadores de lixo e recuperam 90% do material reciclável: 49% das latas de aço, 48% dos plásticos PET, 46% das embalagens de vidro, 39% dos pneus e 33% dos produtos feitos à base de papel.
Em 2009, cerca de 500 mil pessoas retiram seu sustento de dejetos. Além disso, o país é líder mundial em reciclagem de latas de alumínio, setor que emprega 170 mil pessoas.