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Furacões e inundações - Ocupações de áreas naturais agravam o problema

Eder Melgar

Muitos dos problemas que enfrentamos atualmente decorrem da forma de ocupação empreendida pelo ser humano em uma determinada área.

Para exemplificar, vamos falar de Nova Orleans, cidade dos Estados Unidos, localizada próximo ao Golfo do México, junto à foz do rio Mississipi.

A forma de ocupação da área foi determinante para os eventos recentes largamente anunciados pela imprensa -o furacão Katrina e as inundações que destruíram grande parte da cidade.

O rio Mississipi foi formando junto à sua foz, ao longo de milhares de anos, áreas mais altas, originadas de um intenso processo de sedimentação. A cidade foi construída, inicialmente, em um desses locais. Mas para poder continuar crescendo, várias áreas inundáveis das proximidades foram sendo drenadas e aterradas.
Podemos concluir que a vocação natural da área é ser um grande lago ou pântano.

Some isso ao fato de o Golfo do México ser conhecido como um "berçário" de furacões e temos a chamada "desgraça anunciada".
Aqui, no Brasil, temos também vários exemplos de áreas com vocação natural para serem inundadas, que foram ocupadas depois de drenadas e aterradas.

Até os dias de hoje, é comum ocuparmos as várzeas dos fundos de vales com grandes avenidas. As várzeas funcionam como leitos temporários dos rios, ou seja, têm vocação natural para, mais cedo ou mais tarde, encher de água.