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Meio ambiente - Metrópoles apresentam graves problemas

Ângelo Tiago de Miranda

(Atualizado em 06/01/2014, às 17h35)

É muito comum a ideia de que a cidade constitui um ecossistema urbano, mas, na verdade, esta é uma expressão incorreta.

Primeiro, para existir um ecossistema, é preciso que haja um ambiente em perfeito equilíbrio e harmonia, formado por interações entre fauna, flora, e micro-organismos - e pelas relações que o solo, a água e a atmosfera mantêm entre si. Além disso, um ecossistema deve ser auto-suficiente e conter organismos produtores de matéria e energia, bem como a presença de consumidores e decompositores.

A cidade representa somente a parte consumidora desse sistema, pois demanda imensa quantidade de matéria e energia que não é capaz de produzir com auto-suficiência - e gera resíduos que não são reciclados, ou seja, reaproveitados dentro do sistema por outros organismos.

Devido à incapacidade de absorção, pelo sistema urbano, desses resíduos, eles vão se acumulando no ar, no solo e na água, ocasionando uma série de alterações e impactos no ambiente urbano.

As cidades e o meio ambiente natural

A cidade surgiu das tentativas, durante muitos séculos, de o homem dominar as forças da natureza. As cheias periódicas dos rios fertilizavam a terra próxima, favorecendo a sua produtividade.

Somente com o desenvolvimento da agricultura irrigada nas planícies dos grandes rios e um trabalho coletivo da população de várias aldeias, para a abertura de canais de irrigação, a drenagem de pântanos e a construção de represas e poços é que os campos de cultivo puderam crescer.

Com o controle das águas, a produtividade agrícola aumentou de modo a gerar excedentes para abastecer a cidade. A ausência de meios de transporte que possibilitassem a circulação desses excedentes fazia com que a vida urbana ficasse restrita apenas aos vales dos rios. O aperfeiçoamento dos meios de transporte fluvial, marítimo e terrestre e o cultivo de alimentos menos perecíveis venceram esse limite à expansão urbana.

A partir do século 19, com a Revolução Industrial, começou um novo período na história das relações entre a cidade e o meio ambiente natural. Os últimos obstáculos presentes na natureza para o crescimento populacional e físico das cidades foram extintos. Como conseqüência, surgiram diversos problemas ambientais nas cidades industriais europeias e norte-americanas, sobretudo o da poluição atmosférica ocasionada pela queima de combustíveis fósseis pelas indústrias e o despejo de resíduos industriais em corpos d'água e no solo.

Até a Segunda Guerra Mundial, os problemas ambientais urbanos estavam reduzidos a um conjunto de países industrializados do mundo, pois neles se concentrava grande parte das metrópoles e das regiões industriais. Nas nações em desenvolvimento, a urbanização se intensificou a partir de 1950, graças ao processo de industrialização.

Atualmente, o mundo passa por acelerado processo de urbanização, afetando principalmente os países em desenvolvimento, os menos equipados para prover transporte, habitação, água e esgoto. O inchaço populacional das cidades tem sérias conseqüências ambientais, econômicas e sociais nesses países.

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