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Parques tecnológicos - Parceria entre governo, empresas e universidades

Ronaldo Decicino

Parques tecnológicos são empreendimentos criados e geridos com o objetivo de promover pesquisa e inovação na área tecnológica e de estimular a cooperação entre instituições de pesquisa, universidades e empresas.

Esses parques são importantes mecanismos no processo de inovação tecnológica, em especial por terem a capacidade de promover o desenvolvimento de empresas a partir de idéias e tecnologias geradas em instituições de ensino e pesquisa, mas com a parceria de executivos e empresários.

A idéia de parques tecnológicos é mundial e foi institucionalizada graças ao apoio da Associação Internacional de Parques Tecnológicos (IASP), sediada em Málaga, na Espanha.

O objetivo desses parques é o de incrementar a riqueza nas comunidades por meio de parcerias envolvendo o poder público, a iniciativa privada e instituições geradoras de conhecimento. Assim, estimulam-se a transferência de tecnologia e a competitividade, além de se criar mecanismos de incubação de empresas inovadoras.

O exemplo mais conhecido desses pólos de desenvolvimento é o Vale do Silício, na Califórnia, EUA, onde o conceito de parque tecnológico alcançou pleno sucesso: uma região com determinada vocação econômica ou sociocultural atrai determinados perfis de pessoas e empresas; e estas, por sua vez, atraem outras, gerando um crescimento em cadeia.

Segundo a IASP, o principal objetivo dos parques tecnológicos é criar um ambiente de alta qualidade para a as atividades de pesquisa, desenvolvimento, trabalho e lazer, o que acaba por atrair as empresas de alta tecnologia, introduzindo processos industriais avançados na região e criando uma base sólida para novos investimentos.

Parques tecnológicos no Brasil

O Brasil é um país que despertou tardiamente para a inovação tecnológica. Apesar de possuir uma boa capacidade de gerar conhecimento, o Brasil não foi capaz de produzir, concomitantemente, uma política eficaz de uso desse conhecimento. No caso do Estado de São Paulo, esse descompasso é ainda mais notório, pois o estado possui as instituições acadêmicas mais avançadas do país.

Na década de 1980, seguindo uma tendência mundial, começaram a surgir no Brasil os primeiros parques tecnológicos. No entanto, a maioria dos empreendimentos é recente. Pesquisas indicam que em 2004 existiam 39 parques tecnológicos no país (incluindo parques em operação, em fase de implantação e em projeto). Desses, mais da metade tinha, no máximo, quatro anos.

Mas os bons resultados dos parques tecnológicos implantados em território brasileiro, assim como das empresas que eles abrigam, vêm chamando a atenção de prefeituras de várias localidades. Afinal, nas cidades onde são instalados esses parques, além das vantagens tributárias e da oferta de empregos qualificados, surgem inúmeros benefícios para a economia.

Os 55 parques tecnológicos existentes na atualidade localizam-se em cidades do interior de diferentes estados, atraindo indústrias de alta tecnologia e oferecendo boa qualidade de vida.

Dentre os parques tecnológicos brasileiros mais bem-sucedidos há desde aqueles voltados para a informática, como os de Caxias do Sul (RS), Recife (PE) e Campina Grande (PB), até aqueles voltados a produtos e serviços de biotecnologia, como o de Lavras (MG), da agroindústria, em Cascavel (PR), e do setor de eletrônica e robótica, em São Carlos (SP).

Há também os parques que abrigam dezenas de empresas e que, quase sempre, estão agregados a incubadoras de base tecnológica, como os ligados à Universidade de São Paulo, à Universidade de Campinas e à Universidade Federal de São Carlos, dentre outros.

Dentre os aspectos positivos promovidos pelos parques tecnológicos, destaca-se, sobretudo, a mudança na cultura empresarial, com a conscientização dos empresários sobre a importância da tecnologia e da inovação.

Em segundo lugar, os parques tecnológicos têm como fator-chave o despertar, nas universidades, da compreensão sobre a necessidade de aproximação entre o conhecimento acadêmico, as empresas e os mercados, o que provoca um desempenho mais ativo dessas universidades no desenvolvimento econômico.

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