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Vandalismo - Praga urbana causa enormes prejuízos

Quais os limites entre o vandalismo puro e simples e a depredação praticada em nome de reivindicações sociais? Ônibus incendiados têm se transformado num evento relativamente comum no Brasil, sendo praticado tanto espontaneamente por multidões revoltadas, quanto por organizações criminosas, visando a atemorizar a população e intimidar o Estado. - José Cruz/ABr
Quais os limites entre o vandalismo puro e simples e a depredação praticada em nome de reivindicações sociais? Ônibus incendiados têm se transformado num evento relativamente comum no Brasil, sendo praticado tanto espontaneamente por multidões revoltadas, quanto por organizações criminosas, visando a atemorizar a população e intimidar o Estado. Imagem: José Cruz/ABr

Ronaldo Decicino

Os atos de vandalismo resultam em grandes prejuízos e provocam transtornos na vida de grande parte da população. Vejamos, a seguir, alguns exemplos:

São Paulo

No Estado de São Paulo, 25% dos orelhões são danificados todos os meses. A empresa responsável afirma que se não houvesse a manutenção dos 250 mil telefones públicos instalados em todo o estado, em apenas quatro meses não haveria um único aparelho em condições de uso.

No caso das escolas, estima-se que 65% das existentes no Estado de São Paulo sofrem depredações. Apesar de esses atos de vandalismo serem recorrentes, não há registro de quanto se gasta na reposição de mobiliário e vidros de janelas, ou para se repintar muros pichados.

Ainda em São Paulo, a prefeitura da capital gasta R$ 600 mil todos os meses com a manutenção de abrigos de ônibus. Nos terminais urbanos, mais R$ 750 mil são desembolsados por mês para repor bens vandalizados. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) contabilizou, no primeiro semestre de 2009, 1.249 casos de vandalismo contra suas composições.

Todos os meses, 150 quilômetros de cabos usados na iluminação pública da capital paulista são furtados, além das 300 lâmpadas que precisam ser substituídas. Outro perigo é representado pelo roubo de tampas de bueiros, o que pode causar graves acidentes: todos os meses desaparecem 500 dessas tampas de metal, com valor de R$ 200 cada uma. Além disso, 400 placas de sinalização da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) somem a cada mês e cerca de 500 metros de cabos de semáforos têm de ser recolocados a cada 30 dias.

Há também o problema da pichação. De 2006 a 2009, a prefeitura pintou 6,7 milhões de metros quadrados de muros na cidade de São Paulo - o gasto mensal de cada uma das 31 subprefeituras para recobrir pichações é de R$ 15 mil.

Rio de Janeiro e Curitiba

O vandalismo ataca também o patrimônio público. Exemplo disso ocorre no Rio de Janeiro, cidade que tem o maior número de monumentos: 694. A prefeitura gasta, anualmente, R$ 700 mil para limpar as pichações que são feitas em bustos, estátuas e esculturas; e outros R$ 200 mil para repor placas ou partes de obras.

Na cidade de Curitiba, no primeiro semestre de 2009 foram riscadas 11.285 janelas de ônibus. A reposição de todas custaria cerca de R$ 2,6 milhões. Nas estações tubo, símbolo urbanístico da cidade, o vandalismo representou, no primeiro semestre de 2009, um prejuízo aproximado de R$ 115 mil; em 2008, a conta foi de R$ 350 mil para repor vidros, catracas, elevadores, corrimões e portas.

Causas

Os estudiosos ainda discutem sobre as possíveis causas dos atos de vandalismo, mas a única conclusão é de que esse tipo de comportamento não está condicionado à situação socioeconômica dos depredadores, pois eles podem ser encontrados em todas as classes sociais.

De qualquer forma, acredita-se que a educação ainda seja o melhor caminho para transformar vândalos em cidadãos que não destruam o patrimônio que pertence a todos.

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