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Roma antiga - Monarquia - História dos reis de Roma é cercada de lendas

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Atualizado em 8 de maio de 2011, às 13h17.

Situada entre sete colinas, Roma teria tido também sete reis que reinaram 245 anos, isto é, sete vezes sete lustros (um lustro é um período de cinco anos). Na realidade, esse número é muito provavelmente uma ficção mitológica e, se alguns desses reis de fato existiram, as vidas que lhes são atribuídas pelos historiadores antigos têm caráter inequivocamente fantástico. De qualquer modo, a tradição apresenta a seguinte sequência cronológica:

Fundação de Roma753 a.C.
Rômulo - primeiro rei753-715 a.C
Numa Pompílio715-673 a.C
Tulo Hostílio673-642 a.C.
Anco Márcio642-617 a.C.
Tarquinio Prisco, ou o Antigo616-579 a.C.
Sérvio Túlio578-535 a.C.
Tarquínio, o Soberto534-510 a.C.

No entanto, com os reis etruscos (os três últimos do quadro), a lenda parece dar progressivamente lugar à história. Os historiadores concordam que ao fim do século 7 a.C. Roma era dirigida por monarcas de origem etrusca (os Tarquínios) e que um rei dessa dinastia foi expulso de Roma no final do século 6. Entre os dois Tarquínios, reinou Sérvio Túlio, que seria um latino, embora aliado de etruscos rivais da família de Tarquínio Prisco.

 

Tirania

Os primeiros reis de Roma eram eleitos pelo Senado, o conselho dos anciãos, formado pelos grandes proprietários de terra. Os reis etruscos, ao contrário, tomaram o poder à força, com o apoio dos plebeus (pequenos proprietários, comerciantes, artesãos e estrangeiros). O poder de um único homem, que contava com a sustentação do povo, mais do que a da aristocracia, recebeu em grego o nome de "tirania". Por isso, o último Tarquíno recebeu o nome de Soberbo, isto é, o Orgulhoso, que equivalia em grego a "tirano".


Para contar com os plebeus, os reis etruscos multiplicaram as guerras de conquista, que resultavam em grandes saques, e as grandes obras (financiadas pelos butins de guerra), que davam trabalho aos artesãos. Eles também aumentaram o número de senadores, para levar ao Senado outras famílias além dos tradicionais patrícios.

 

A República

A deposição de Tarquínio, o Soberbo, em 509 a.C., e o fim da monarquia foi uma reação da aristocracia. Na República então implantada o monopólio do poder voltou aos patrícios, deixando os plebeus à margem. Contudo, os plebeus não se acomodaram e, ao longo de séculos, promoveram manifestações e reivindicações, de forma que a República romana, em seu apogeu e declínio, chegou a se aproximar da democracia ateniense, em que o poder se dividia entre o Senado, os magistrados e as assembleias.


Vale à pena mencionar que a derrubada da monarquia gerou uma aversão ao regime monárquico que se estendeu de 509 a.C. até o início do Império, cerca de meio século antes de Cristo. Em 44 a.C., Marco Antônio ofereceu a coroa de rei a Júlio César, que a recusou. Em 27 a.C, Otávio recebeu os título de Augusto que consolidava seu poder imperial sobre Roma e seus domínios. Contudo, ele procurou manter um governo aparentemente republicano.

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