Terrorismo de Estado - Violência de governos totalitários
No artigo anterior, falamos sobre o terrorismo no mundo. Historicamente, porém, a prática da violência inerente aos atos terroristas pode assumir variadas formas. O atentado político, por exemplo, é uma modalidade de terrorismo praticada contra o poder constituído visando desencadear a incerteza e o medo permanente, que engendrarão a luta política generalizada para a concretização de um golpe de Estado ou a conquista do poder.
Atentados políticos são muito comuns nas guerras de libertação nacional, quando um povo subjugado por uma nação estrangeira tenta se libertar por meio de ações que têm por objetivo atingir unicamente o inimigo interno.
O terrorismo também foi um dos principais recursos empregados por grupos guerrilheiros revolucionários. Na América Latina, por exemplo, as guerrilhas se proliferaram a partir da segunda metade do século 20.
Por não disporem de apoio na sociedade, quer por falta de condições propícias ou até mesmo por desconfiarem das massas, grupos guerrilheiros recorreram ao terrorismo como tática para derrubar governantes e também suscitar no povo (ou parcelas da população) a consciência para a causa revolucionária.
Terrorismo de Estado
O terrorismo de Estado foi um recurso muito utilizado por países que atravessaram processos revolucionários de conquista do poder político. Uma vez na direção do governo, os grupos revolucionários empregaram o terror como uma arma de dissuasão e eliminação de focos de oposição e de grupos contrarrevolucionários. Esse foi o caso histórico da Rússia pré e pós-revolucionária.
A dinastia Romanov tentou a todo custo se manter no poder a partir da prática do terrorismo de Estado contra os grupos revolucionários. Depois que os bolcheviques tomaram o poder, porém, a Rússia ingressou numa fase de terror sem precedentes, que durou décadas, até o fim da guerra civil e posterior consolidação do socialismo soviético.
Também podemos mencionar a conjuntura política mundial que abrange o período do fim da Primeira Guerra Mundial ao fim da Segunda Guerra. Foi uma fase de surgimento de regimes políticos ditatoriais e totalitários, que praticaram o terror contra inimigos internos e a população de modo geral.
No Brasil do período da ditadura militar (1964-1985), por exemplo, a sociedade presenciou as modalidades de terrorismo de Estado e dos grupos guerrilheiros de esquerda.
Contudo, os terrorismos revolucionários e de Estado não se limitam à prática do atentado político, que, como vimos, atinge apenas o inimigo, mas tendem a provocar outras consequências. Pensemos, por exemplo, em casos de sabotagem e uso de artefatos explosivos, que quase sempre vitimam muitos inocentes. É justamente o uso indiscriminado e arbitrário da violência que demarca a fronteira entre o terrorismo revolucionário e o terrorismo internacional.
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