Após supervisão de cursos de medicina, MEC pode cortar 370 vagas
Depois da supervisão de 20 cursos de medicina que obtiveram baixo desempenho no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), o MEC (Ministério da Educação) cancelou uma graduação e poderá cortar 370 vagas em oito cursos. Em nota, o ministério afirma que a medida foi tomada após a verificação do não cumprimento das medidas de saneamento que haviam sido determinadas às instituições.
Instituições com possível corte de vagas | |||||||||||||||||||||||||||
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O curso de medicina da Unig (Universidade Iguaçu) oferecido no campus de Nova Iguaçu (RJ) deverá ser suspenso; essa graduação oferecia 200 vagas anuais. Segundo a pasta, após o prazo de dois semestres letivos para cumprimento das medidas exigidas, a universidade não promoveu as melhorias necessárias. A Sesu (Secretaria de Ensino Superior) do MEC também determinou medida cautelar para que a Unig suspenda, imediatamente, o ingresso de novos alunos no curso.
Dos cursos que terão diminuição do número de vagas, seis -- da Unifoa (Centro Universitário Volta Redonda) (RJ), da Faciplac (Faculdade de Medicina do Planalto Central) (DF), da Unig de Itaperuna (RJ), da Unimar (Universidade de Marília) (SP), da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) (SP) e da USS (Universidade Severino Sombra), em Vassouras (RJ)-- demostraram cumprimento parcial das exigências do governo e dois -- da Fimca (Faculdades Integradas Aparício Carvalho) (RO) e da Faculdade São Lucas (RO)--tiveram redução por terem apresentado precariedade na oferta de estágios.
As instituições têm 15 dias para apresentar defesa. Após esse período, o MEC avaliará as respostas e decidirá se os cursos serão ou não cancelados. Caso sejam, é possível apresentar recurso ao CNE (Conselho Nacional de Educação).
A supervisão, iniciada em 2008, foi feita por uma comissão de especialistas coordenada pelo médico Adib Jatene. Ao todo, 20 instituições deveriam ser avaliadas. De acordo com a nota do ministério, os cursos da Universidade Luterana do Brasil (RS), do Centro de Ensino Superior de Valença (RJ), da Universidade Nove de Julho (SP), da Universidade Metropolitana de Santos (SP) e do Centro Universitário Lusíadas (SP), também em supervisão, continuam com medidas cautelares e receberão visitas de reavaliação nos próximos meses.
Instituições
A USS, por meio de sua assessoria, informa que só irá se manifestar depois de ter acesso à nota técnica. Em nota, a instituição comemora a liberação do processo seletivo para o curso de medicina: "Aos interessados que sempre acreditaram nas atividades do curso, solicitamos que aguardem a publicação de edital", afirma.
Segundo a secretaria da coordenação do curso de medicina da Unig, nenhuma notificação oficial havia chegado à instituição. O UOL Educação tentou contato com o reitor Julio César da Silva entre 16h50 e 17h30, mas não havia mais ninguém no gabinete.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Unifoa informou que ainda não recebeu a notificação oficial sobre a redução de vagas. Após ser comunicada oficialmente, a instituição pretende apresentar sua defesa, uma vez que entende ter atendido todas os pedidos de melhoria da comissão avaliadora.
A Unaerp disse, em nota, que "recebe com tranquilidade a notícia e confia, plenamente, que o resultado final do processo de avaliação do MEC será a confirmação da qualidade de seu curso". De acordo com a instituição, a supervisão de seu curso de medicina é resultado do boicote feito pelos alunos ao Enade.
De acordo com a assessoria de imprensa da Fimca, a instituição só irá se pronunciar após comunicação do MEC.
A Unimar informa que só poderá se pronunciar após o recebimento do relatório com "as possíveis reprovações detectadas [pelo MEC] na última visita ao campus nos dias 11, 12 e 13 de março deste ano". A Faciplac também espera a divulgação da nota técnica para tomar as providências necessárias "com o objetivo de melhoria da qualidade do curso" assim que receber a nota técnica da pasta.
A Faculdade São Lucas deve se pronunciar ainda hoje a respeito da decisão do ministério.
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