Presença de particulares eleva reprovação em exame de medicina de SP para 68%
Exame feito com formandos de medicina de São Paulo em 2010 reprovou 68% dos participantes. O índice é o maior da história do exame, feito desde 2005 pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo): a reprovação em 2009 havia ficado em 4%. A maior porcentagem de reprovações havia sido de 10%, em 2008.
Segundo os organizadores, podem ter contribuído para o alto índice o fato de grande parte dos alunos ter vindo de escolas de medicina particulares ou "não tradicionais" e o alto grau de dificuldade das questões da segunda fase.
O número de avaliados na prova, que é optativa, representa cerca de 23% dos formandos da graduação no Estado. Dos participantes, 382 eram provenientes de instituições particulares e 151 de públicas. Na primeira fase, só metade dos alunos de particulares e 76% dos de pública passaram para a segunda etapa.
Erros básicos
Na primeira fase, áreas consideradas essenciais, como as de ciências básicas (54,14%), saúde pública/epidemiologia (54,78%) e clínica médica (56,77%) foram as que tiveram os menores índices de acertos. A maioria dos avaliados não sabia qual era o tratamento adequado para doenças como sífilis, hanseníase e tuberculose.
Na segunda fase, as áreas de saúde mental, clínica cirúrgica e obstetrícia tiveram os maiores índices de reprovação. Os participantes tiveram dificuldades na leitura de exames como angiografia, raio X e eletrocardiograma.
A prova foi aplicada em setembro e outubro de 2010. Participaram dela alunos de 23 cursos de medicina, dentre os 27 com alunos formados em 2010 do Estado. A primeira etapa tinha 120 questões objetivas de nove áreas básicas de conteúdo. Para ser aprovado, era preciso acertar 60% das perguntas
A segunda fase tem 40 questões práticas que simulam, no computador, situações clínicas e problemas cotidianos da prática médica. Também é preciso acertar, no mínimo, 60% para obter aprovação.
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