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Após briga e depredação, Federal de Uberlândia proíbe festas no campus

Especial para o UOL Educação

Em Belo Horizonte

02/09/2011 17h44

A UFU (Universidade Federal de Uberlândia) proibiu as festas e calouradas organizadas pelos alunos dentro do campus. No último dia 26, um evento comandado pelo DA (Diretório Acadêmico) de engenharia civil terminou em confusão e quebra-quebra, e a vigilância patrimonial da universidade não foi suficiente para conter o tumulto. Depois do episódio, a direção da UFU suspendeu, temporariamente, as comemorações, começando nesta sexta-feira (2).

As festas de sexta-feira na UFU já se tornaram conhecidas e atraiam centenas de pessoas para o campus. Segundo a coordenadora-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Inaê Soares de Vasconcellos, as festas começaram a atrair muita gente. “Aquilo era uma bomba-relógio. Algum momento ia acontecer algo parecido com a ocorrência de sexta. Nas redes sociais as pessoas já estavam comentando sobre os perigos das festas”, confirma a coordenadora.

Antes mesmo da suspensão, o DCE junto com os DAs estavam unidos para repensar estratégias de segurança para os eventos. “A suspensão não foi educativa, mas foi ilustrativa. Nos já estávamos pensando em mediadas para controlar isso”, completa Vasconcelos. De acordo com o diretor de logística da UFU, Enivaldo Tirone, existe uma resolução interna de 2010 que regulamenta festas, atividades artísticas e acadêmicas que acontecem nos Centros de Convivência da universidade.

Segundo Tirone, os organizadores de cada evento apresentam um plano para execução com expectativa de público, planejamento financeiro e de segurança. A festa de sexta-feira  estava com estimativa de receber 500 pessoas, no entanto, segundo o diretor, cerca de 4 mil jovens lotaram o evento. 

Festa aberta à comunidade

Ainda segundo ele, a festa era aberta à comunidade. Gangues dos bairros Lagoinha e Tibery, vizinhos à UFU, e do próprio Santa Mônica, onde fica a instituição, participaram da festa. Essas pessoas estriam envolvidas na briga que terminou com um aluno de 22 anos espancado e com a depredação de portas e janelas da instituição de ensino.  O DCE confirma a presença dessas gangues dentro da universidade. “A juventude de Uberlândia não tem muita opção barata. O entretenimento barato tem sido a UFU. O problema é que tem gente que vem e acha que aqui é uma terra sem lei”, diz a estudante.

Atividades culturais e acadêmicas, com público limitado, não serão atingidas pela suspensão.  Segundo o diretor, a Comissão Institucional de Eventos (formada por alunos, professores e funcionários do administrativo) vai decidir sobre a punição aos responsáveis pela festa. Aqueles que assinaram o plano de execução podem ser suspensos. “Estamos muito preocupados com os alunos. Eles entram no campus para ter convivência saudável. Quando parte lado da violência, temos que tomar atitude. A comunidade acadêmica ficou assustada”, afirma Tirone. 

O DCE vê a decisão da direção com bons olhos. “Em reunião com os DAs, ontem, a gente entendeu que não foi de todo ruim a suspensão temporária.  Ficar uns 20 dias sem festa vais ser bom para repensar”, afirma Vasconcellos. A reportagem do UOL tentou falar com o DA de Engenharia Civil, mas não conseguiu contato.

A Polícia Militar (PM) não registrou as ocorrências dentro da UFU. O Corpo de Bombeiros da cidade recebeu apenas o chamado para socorrer o estudante agredido. De acordo com o diretor de logística, os prejuízos as universidade estão sendo contabilizados em ocorrências registradas apenas internamente.