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Estudantes negociam saída da reitoria da UFF, ocupada desde sexta-feira

Julio Reis<br>Especial para o UOL Educação

No Rio de Janeiro

06/09/2011 13h49Atualizada em 06/09/2011 16h48

Estudantes e a reitoria da UFF (Universidade Federal Fluminense) discutem desde a manhã desta terça-feira (6) a saída dos alunos do prédio da administração central da instituição, ocupada por eles na sexta-feira (2). 

Ontem, a Polícia Federal e a Polícia Militar foram até o local para cumprir mandado de reintegração de posse, mas o reitor Roberto Salles interviu pedindo pela suspensão da ação até o fim da reunião. Mais de mil alunos foram mobilizados nos protestos, mas cerca de cem ocupam o prédio.

Os estudantes querem suspender a construção de duas avenidas que devem cortar o campus. Segundo os alunos, se o projeto for realizado, muitas salas de aula ficarão a apenas oito metros das pistas. Além disso, cerca de 70 famílias que vivem próximo ao local terão que se mudar. Os alunos também se queixam da falta de estrutura na universidade, com número reduzido de vagas na residência universitária, assaltos no campus, problemas no refeitório, entre outros, e pedem o fim da realização de cursos pagos de pós-graduação nas dependências da UFF..

Rafael Lazari, coordenador do Diretório Central dos Estudantes, alega que o projeto das vias atende apenas aos interesses dos moradores dos grandes condomínios da região do Gragoatá e é uma tentativa de retomar o caminho Niemeyer, um projeto que, segundo ele, apenas quer criar “uma cidade cartão postal, mas não uma cidade para os moradores”.

"Falta de diálogo"

Lazari disse que um dos principais motivos que levaram a ocupação foi a falta de diálogo com o reitor. “A forma autoritária com que ele está conduzindo isso, sem diálogo nenhum, não nos deixou outra alternativa”, disse. 

Servidores da instituição também estão em greve, acompanhando o movimento nacional dos funcionários de universidades, e farão uma assembleia no inicio da tarde no prédio da reitoria. 

Procurado pelo UOL, o prefeito do campus, Mário Ronconi, disse que só se pronunciaria depois da reunão com os estudantes.