Professores de Minas Gerais decidem continuar greve iniciada há três meses
Após assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (8), no pátio da AL-MG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), professores da rede pública estadual que estão em greve há três meses decidiram pela continuidade da paralisação.
De acordo com a assessoria do Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), a categoria debateu a última proposta feita pelo governo estadual, de fixar a partir de janeiro de 2012 o vencimento básico em R$ 712,20 para uma jornada de 24 horas de trabalho semanal, e projeto de lei de aprimoramento do pagamento por subsídio.
Segundo o governo, haverá reposicionamento na tabela de subsídio, composta por uma parcela única, de acordo com o tempo de efetivo exercício de cada servidor na carreira. Ainda de acordo com a administração estadual, o trabalhador poderá optar por receber na modalidade de subsídio, ou retornar ao modelo antigo, de vencimento básico.
No entanto, mais uma vez, os trabalhadores da educação não aprovaram a proposta e definiram que nova reunião, para discutir os rumos do movimento grevista, será feita no dia 15 deste mês.
Após o encontro, segundo a assessoria, os professores iriam fazer um ato em frente ao Ministério Público, que fica em uma rua próxima, no bairro Santo Agostinho, região centro-sul da capital mineira.
"Não houve avanço", diz sindicato
A coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, informou que não houve avanço nas negociações entre o governo e os trabalhadores.
“Nós não temos nenhuma proposta do governo para poder suspender a greve. O projeto de lei que veio para a Assembleia Legislativa não resolve o problema do piso salarial”, avaliou.
Os trabalhadores em greve já admitem discutir com o governo estadual o pagamento do piso definido pelo MEC (Ministério da Educação) de R$ 1.187 para uma jornada de 40 horas semanais. No entanto, pleiteiam esse patamar mínimo para as atuais 24 horas de jornada, sem incluir nesse valor as gratificações, vantagens e benefícios oriundos da progressão no tempo de serviço.
Conforme o governo, 1,5% das escolas no Estado estão paralisadas, sendo que 19% das unidades de ensino estão sendo afetadas parcialmente pelo movimento. Já o Sind-UTE afirma que 50% dos professores estão de braços cruzados.
“Nós vamos fazer manifestações, na próxima terça-feira (13), em todas as regiões do Estado”, informou a dirigente.
Perseguição
A coordenadora Beatriz Cerqueira disse que será encaminhada à Ouvidoria de Polícia, na próxima segunda-feira (12) uma representação para que seja investigada a denúncia de que policiais, do serviço reservado da Polícia Militar mineira, supostamente estariam intimidando e seguindo sindicalistas da entidade.
O governo estadual, por meio de nota, negou que a polícia estivesse “se prestando ao cerceamento de direitos ao realizar o seu trabalho”.
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