Topo

Aulas de reposição em Minas Gerais poderão ir até "até o início de março", diz governador

Da Redação

Em São Paulo

28/09/2011 19h37

A reposição de aulas em Minas Gerais, após o fim da greve de 112 dias dos professores da rede estadual, pode ir, segundo o governador Antonio Anastasia (PSDB),  "até o início de março". A declaração foi feita durante entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira (28).

"A reposição foi definida e determinada pela Secretaria da Educação, e será feita no calendário já previsto. Lamentavelmente, já que o número letivo de aulas que nós não tivemos foi relativamente alto, nós vamos entrar até o início de março naquelas que foram totalmente paralisadas durante todo o tempo, o que é um número pequeno. Naquelas que tiveram paralisação parcial vai ser feita uma compensação", afirmou Anastasia.

Na madrugada de hoje, os professores que permaneciam paralisados decidiram suspender o movimento. Na reunião, realizada no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, os professores acataram proposta do governo de Minas que preve, principalmente, escalonamento de aumento salarial à categoria entre os anos de 2012 e 2015. No entanto, não foram anunciados índices de reajuste.

Proposta

De acordo com Beatriz Cerqueira, coordenadora geral do Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação de Minas Gerais) o governo propôs, além da promessa de escalonamento, a criação de comissão que vai começar a funcionar na próxima quinta-feira (29), formada por representantes do Estado, dos trabalhadores da Educação e deputados estaduais - sendo dois de oposição e quatro da situação.

"Corremos o risco do isolamento e do esvaziamento", disse a coordenadora em relação ao movimento grevista. "Precisamos fazer, nessse momento, um recuo estratégico".

Outra proposta, segundo Cerqueira, foi a sucessão de projetos de lei enviados á Assembleia Legislativa de Minas Gerais, número 2.355, que versa sobre a proposta de vencimento de piso básico para a categoria de R$712,20, além disso, a promessa do governo de não demitir 248 professores designados - essa demissão ocorreria a partir desta quarta (28).

Um termo de compromisso será assinado entre os representates do sindicato e o secretário de governo, Danilo de Castro. Ao final da assembleia dos professores ficou definido que eles retornarão às aulas no dia 29, próxima quinta-feira, e que a categoria também vai alardear o posicionamento dessa comissão sobre a reposição das aulas.

Comissão

A comissão que será formada pelos integrantes, ainda de acordo com Cerqueira, terá como objetivo tentar chegar a um acordo pelo pagamento ao mês de agosto, já que participando da greve, os professores não teriam direito a receber salário.

Outra incumbência dessa comissão é analisar uma espécie de "anistia", já que a categoria pleiteia que o tempo de paralisação, que começou no dia 8 de junho, não seja levado em conta no momento de progressão da carreira.

No dia 8 de outubro o denominado "comando de greve" vai se reunir novamente para avaliar o desenrolar das negociações com o governo estadual.

Jejum e ocupação

Dois profissionais da educação, que estavam em greve de fome no hall de entrada da Assembleia, suspenderam o intento após oito dias em jejum. O objetivo deles com a greve  era para que houvesse abertura de negociação da categoria com o governo estadual.  Eles já tiveram atendimento médico, voltaram a se alimentar e passam bem.

Um grupo de aproximadamente 30 professores também optou por finalizar os protestos e desocuparam o plenário da Assembleia Legislativa de Minas.