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Estudantes da Federal de Rondônia devem desocupar hoje reitoria invadida há 55 dias

Estudantes devem desocupar nesta segunda-feira (28) reitoria da Unir - Rafael Targino/UOL
Estudantes devem desocupar nesta segunda-feira (28) reitoria da Unir Imagem: Rafael Targino/UOL

Rafael Targino

Em São Paulo

28/11/2011 15h41Atualizada em 28/11/2011 15h43

Os estudantes que ocupam a reitoria da Unir (Universidade Federal de Rondônia) há 55 dias devem começam a sair nesta segunda-feira (28) do prédio, após a eleição de Maria Cristina Victorino para a reitoria da instituição. Os alunos pediam a saída do ex-reitor Januário Amaral, mas afirmavam que somente sairiam do prédio se ela assumisse.

A reportagem do UOL Educação esteve no campus da Unir de Porto Velho na semana passada e encontrou laboratórios de química prestes a explodir, cadáveres presos em tanques, salas abandonadas, fiações expostas e mato alto por todo o local. O ex-reitor Amaral renunciou na quarta-feira (23) ao cargo. Ele afirma que a saída foi motivada por homofobia.

Segundo os estudantes, com a eleição de Maria Cristina (de oposição ao grupo de Amaral), a desocupação do prédio deve começar nas próximas horas. Além disso, a greve dos professores, parados há mais de 70 dias, deve ser encerrada ainda hoje. Os alunos devem almoçar no local e, logo depois, iniciar a limpeza para que a nova gestão assuma. O edifício está sem luz desde a invasão.

A princípio, a nova reitora deve assumir o cargo por um curto período, até que sejam convocadas novas eleições. O prazo pode ser estendido, já que as férias devem começar no próximo mês.

Na quarta-feira, o UOL conversou com Maria Cristina. Ela afirmou que, assim que assumisse o cargo, iria montar um plano de emergência para tentar solucionar os problemas mais urgentes da universidade. “Há casos para resolver ontem. Mas tem coisas que podem levar dois ou três anos”, disse.

Foi homofobia, diz ex-reitor

Januário Amaral decidiu renunciar ao cargo na última quarta-feira (23). A ele, creditam a maioria dos problemas pelos quais passa a universidade: obras paradas, laboratórios prestes a explodir, salas abandonadas e verbas que desapareceram.

Em entrevista exclusiva ao UOL Educação, ele negou as acusações e foi mais longe. Afirma que “não tem dúvida” de que o movimento para derrubá-lo no cargo começou pelo fato de ser gay assumido. “A greve [dos professores e estudantes] sempre foi política, nunca foi por melhoria de condições da universidade”, disse.