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Professores e alunos encerram greve na Universidade Federal de Rondônia

Rafael Targino

Em São Paulo

29/11/2011 17h11Atualizada em 29/11/2011 17h13

Professores e estudantes da Unir (Universidade Federal de Rondônia) encerraram nesta terça-feira (29) a greve que durava quase 80 dias. Eles pediam a saída do hoje ex-reitor Januário Amaral e a posse da vice, Maria Cristina Victorino.

O prédio da reitoria, que estava ocupado pelos estudantes há mais de 50 dias, deve ser entregue nas próximas horas à nova administração da universidade. Um calendário de reposição de aulas já começou a ser montado. Os alunos devem voltar às salas de aula na próxima segunda-feira (5).

A desocupação teve início ontem, com o começo da limpeza do prédio. O edifício, que está sem luz desde a invasão, continua às escuras.

A reportagem do UOL Educação esteve no campus da Unir de Porto Velho na semana passada e encontrou laboratórios de química prestes a explodir, cadáveres presos em tanques, salas abandonadas, fiações expostas e mato alto por todo o local. O ex-reitor Amaral renunciou na quarta-feira (23) ao cargo. Ele afirma que a saída foi motivada por homofobia.

Maria Cristina assume o cargo por um curto período, até que sejam convocadas novas eleições. O prazo pode ser estendido, já que as férias devem começar no próximo mês.

Na quarta-feira, o UOL conversou com Maria Cristina. Ela afirmou que, assim que assumisse o cargo, iria montar um plano de emergência para tentar solucionar os problemas mais urgentes da universidade. “Há casos para resolver ontem. Mas tem coisas que podem levar dois ou três anos”, disse.

Foi homofobia, diz ex-reitor

Januário Amaral decidiu renunciar ao cargo na última quarta-feira (23). A ele, creditam a maioria dos problemas pelos quais passa a universidade: obras paradas, laboratórios prestes a explodir, salas abandonadas e verbas que desapareceram.

Em entrevista exclusiva ao UOL Educação, ele negou as acusações e foi mais longe. Afirma que “não tem dúvida” de que o movimento para derrubá-lo no cargo começou pelo fato de ser gay assumido. “A greve [dos professores e estudantes] sempre foi política, nunca foi por melhoria de condições da universidade”, disse.