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Dilma descarta criar bolsas de estudo para estudantes brasileiros ilegais no exterior

Do UOL, em São Paulo

10/04/2012 20h07Atualizada em 10/04/2012 20h34

A presidente Dilma Rousseff disse, durante palestra na Universidade de Harvard nesta terça-feira (10), que não tem como dar as “mesmas condições” de bolsas de estudo, tais como as do Ciência sem Fronteiras, para os que emigraram ilegalmente para outros países. Segundo ela, a “prioridade” é de quem está no Brasil.

A afirmação foi feita em resposta à pergunta de um brasileiro, que questionou se a distribuição de bolsas a estudantes não poderia chegar àqueles que já saíram do Brasil e estão ilegalmente em outro país.

“Nós temos 190 milhões de pessoas. Tenho de dar conta delas. Nós não podemos dar conta de tudo imediatamente. Eu te asseguro que eu gostaria muito que os que imigraram tivessem uma oportunidade. A prioridade que eu tenho que encarrar é a de quem está no Brasil. Eu tenho primeiro de atendê-los. Talvez, ao longo do meu governo, eu não tenha como atender os imigrantes. Tenho como protegê-los”, disse.

Durante a palestra, a presidente disse que o interesse do país é colocar estudantes brasileiros nas melhores instituições de ensino do mundo. "O que nos interessa? Primeiro, garantir que estudantes tenham acesso às melhores instituições, além dos alunos, professores e doutores que possam utilizar as oportunidades de uma bolsa bancada pelo país", afirmou.

Patentes

Segundo Dilma, o país precisa dar mais importância a patentes e não só a publicações. "Não que elas não sejam importantes [as publicações]", afirmou. "Não podemos ter mais uma visão dos países de origem ibérica que dá mais importância a uma publicação do que a uma patente". De acordo com a presidente, as patentes "ampliam oportunidades".

País quer pesquisadores estrangeiros

Dilma também disse que um dos objetivos é trazer "pesquisadores seniors e juniors" para ter uma "relação" com o Brasil. "O Brasil tem de correr muito para estar à altura dos desafios que se apresentam em ciência, tecnologia e inovação." 

Segundo a presidente, o país "precisa de Harvard", assim como "é bom para Harvard se aproximar do Brasil". Mais cedo, o ministro Aloizio Mercadante já havia anunciado a abertura de um escritório do MIT (Massachusetts Institute of Technology) no Brasil.

O programa Ciência sem Fronteiras pretende enviar 100 mil pesquisadores brasileiros para o exterior até 2014 -boa parte delas, para universidades nos Estados Unidos.