Vídeo mostra material escolar abandonado em colégio da Paraíba; prefeitura culpa vândalos

A divulgação de um vídeo em que uniformes, móveis e material escolar aparecem jogados em um depósito nos fundos de uma escola pública, em João Pessoa (PB), gerou polêmica nesta terça-feira (29). Logo após a denúncia ganhar repercussão na imprensa local, a Secretaria de Educação do município publicou uma nota informando que o material foi danificado por vândalos que invadiram a Escola Municipal João 23, no último final de semana.

De acordo com a nota, vários equipamentos foram danificados. Segundo o boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia Distrital da capital, testemunhas disseram ter visto quando aproximadamente 30 pessoas pularam o muro da escola. Um dos funcionários, identificado como Elenilton Lima, disse que encontrou tudo revirado. "Atearam fogo nos produtos, roubaram peças e ventiladores", declarou. O caso está sendo investigado pela polícia e até agora ninguém foi preso.

A diretora adjunta da escola, Eliane Cabral, disse que uma equipe de reportagem foi até a escola e pediu para fazer uma pesquisa sobre reciclagem e entulho. De acordo com ela, "a realidade foi deturpada" no vídeo. O material encontrado será leiloado no próximo dia 16 de junho, por não ter mais condições de uso.

O repórter Thiago Moraes, autor do vídeo, disse que foi ao local com a intenção de fazer uma matéria sobre impacto ambiental. “Fui fazer uma reportagem falando sobre reciclagem e impacto ambiental, mas ao chegar ao local, me deparei com uma situação gritante, onde fardas e material escolar estavam jogados no lixo. Fiz o meu papel de questionar”, afirmou.

O vídeo mostra centenas de caixas de giz para quadro negro jogados no pátio, tubos de cola vencidos, além de equipamentos destruídos e queimados. A gravação também mostra um lote mofado de uniformes para alunos, com a logomarca da Prefeitura de João Pessoa - que não informou detalhes sobre os uniformes. O depósito serve para guardar móveis e materiais de expediente obsoletos. A reportagem do UOL tentou entrar em contato com a promotora da Educação Fabiana Lobo, mas as ligações não foram atendidas.