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Mãe de suposta vítima de bullying é acusada de agredir alunos em escola no RS

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

19/07/2012 19h17

Na tarde da última terça-feira (17), uma mãe, acompanhada de dois filhos, entrou em uma escola estadual do Rio Grande do Sul e supostamente agrediu uma professora e duas alunas menores de idade. O episódio ocorreu no centro de Pelotas (246 km de Porto Alegre) e foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia da cidade. A mãe alegou que sua filha, de 14 anos, sofria bullying.

Segundo a Polícia Civil, a mulher – cujo a identidade não foi revelada – entrou no Colégio Estadual Dom João Braga, em busca de duas meninas, uma de 12 e outra de 14 anos. Nas dependências da instituição, a mãe, acompanhada de dois filhos, inquiriu as jovens sobre as agressões que sua filha estaria sofrendo por usar óculos e estar acima do peso.

Enquanto a mulher confrontava as duas alunas, a professora de educação física Letícia Blass tentou intervir. De acordo com a professora, nesse momento ela foi agredida pela mãe e empurrada por um dos seus filhos.

Em relato à polícia, a mãe disse que apenas segurou pela roupa uma das meninas e que, ao ser contida pela professora e tentar se soltar, a atingiu com o cotovelo. Letícia registrou boletim de ocorrência denunciando a mulher por ter dado um tapa no rosto de uma aluna de 14 anos.

A mulher afirma que a filha sofre, há ao menos três meses, com chacotas e agressões de um grupo de colegas, e que já havia procurado a direção da escola pedindo uma solução. Mas, segundo a diretora Laura Machado, em nenhum momento a instituição foi comunicada sobre esse tipo de ocorrência.

“Essa mãe nunca esteve presente na escola. Já fizemos três reuniões com os pais, e ela nunca compareceu. Tanto é que ela não retirou o boletim da filha nem nos trouxe o histórico escolar da menina, que requisitamos no início do ano”, relata a professora.

JUSTIÇA

O caso foi encaminhado à 5ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação), que abriu uma investigação interna sobre o ocorrido.Se for comprovado que a escola agiu de forma omissa, serão tomadas medidas administrativas e pedagógicas em relação ao fato.

Durante toda a tarde desta quinta-feira (19), professores, a direção e representantes da coordenadoria regional estiveram reunidos tratando do assunto. A diretora diz que fez queixa na polícia e que quer levar o caso à Justiça. “Temos 36 câmeras de segurança no colégio que registraram as agressões. Esse material já está com a polícia”, revelou.

Procurada pela reportagem a delegada da Infância e do Adolescente de Pelotas, Márcia Chiviacowsky, não foi encontrada. O caso está sendo investigado pela especializada, já que envolve menores.

Nessa quarta-feira, as aulas foram suspensas, um dia antes do período de férias escolares. Os alunos do grêmio escolar aproveitaram o tempo livre para realizar uma pequena manifestação pedindo mais segurança.