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Para Mercadante, dados de educação da Pnad 2011 são "positivos"

Karina Yamamoto

Do UOL, em São Paulo

21/09/2012 13h15Atualizada em 21/09/2012 18h46

Na avaliação do ministro Aloizio Mercadante (Educação), os dados sobre educação que a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) 2011 são "positivos". Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta (21).

Os números que o titular da pasta destacou foram os de analfabetismo (diminuição de 1,3 milhões de analfabetos) e os índices de matrícula no ensino básico (que aumentaram).

Menos jovens na escola


O porcentual de jovens de 15 a 17 anos que frequentavam a escola caiu de 85,2% em 2009 para 83,7% em 2011, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com especialistas, isso se deve a fatores como a qualidade do ensino médio, considerada baixa, e a atração pelo mercado de trabalho, que está aquecido. Entre as crianças de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização teve um aumento de 0,6 ponto porcentual, passando de 97,6% para 98,2% no mesmo período.

Questionado sobre o aumento do percentual de jovens de 15 a 17 anos que não estão na escola, Mercadante apontou que o problema é maior na região Sudeste e disse que é necessário "entender o que está acontecendo" com essa população. Ele disse que é uma análise a ser feita junto aos governos estaduais, uma vez que mais de 80% dos estudantes do médio estão na rede pública e sob responsabilidade dos Estados.

Preocupações com o ensino médio

Para Mercadante, há dois focos de atenção: a gravidez na adolescência (que aumentou de 2009 para 2011) e a oferta de ensino médio profissionalizante uma vez que a economia está aquecida. O ministro ressaltou ainda um dado que ele considera bom: o percentual de alunos no "ensino médio no noturno diminui de 60% no começo da década para 30%".

A estratégia do governo para enfrentar o problema estaria em concentrar esforços no início da vida escolar (com valorização das creches e da alfabetização na idade certa) e em dois momentos que, na opinião do ministro, são problemáticos: o 6º ano do ensino fundamental e o início do médio.

"Se oferecernos uma escola melhor nos anos iniciais [garantindo a alfabetização na idade correta] e [depois] ensino técnico profissionalizante [é possível diminuir a evasão e o abandono da escola pelos alunos de 15 a 17 anos]", afirmou.

"O aluno sai de uma professora e, quando chega no 6º ano [antiga 5ª série], tem vários", diz Mercadante. O ministro citou uma experiência municipal em que os alunos seguem com um professor de classe no 6º ano, suavizando a transição. 

Ciência sem Fronteiras

O ministro Aloizio Mercadante esteve na manhã desta sexta-feira em São Paulo para assinar um protocolo de cooperação com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e com a Eletrobras. As duas instituições se comprometeram a doar cerca de R$ 300 milhões de reais que correspondem a 11 mil bolsas no programa de intercâmbio do governo federal Ciência sem Fronteiras.