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Após três crimes, UFMG anuncia instalação de 200 câmeras de segurança e controle de carros

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

31/10/2012 10h52Atualizada em 31/10/2012 11h00

A reitoria da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) anunciou, nesta semana, que irá instalar cerca de 200 câmeras de segurança e passará a cadastrar os 18 mil carros que circulam diariamente pelo campus Pampulha em Belo Horizonte. O objetivo é melhorar a segurança de alunos e funcionários no local.

Aconteceram três crimes na universidade, entre eles um homicídio, no espaço de dois dias, entre a última sexta-feira (26) e o domingo (28).

A reitoria afirma que essas medidas já estavam planejadas dentro do programa “Plano Diretor de Segurança”, iniciado há três anos.

De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, os carros que circulam diariamente no local, aproximadamente 18 mil, serão cadastrados. Quem não estiver catalogado terá que se identificar com documento nas portarias. O motorista que não for aluno ou funcionário vai receber um cartão que deverá ser devolvido na saída. Ao todo, 60 mil pessoas passam diariamente na universidade. Ainda não há data, segundo a assessoria de imprensa, para que a medida esteja plenamente em vigor.

Além disso, mais 200 câmeras de vigilância devem ser instaladas até o final do primeiro semestre de 2013. Na unidade de ensino já funcionam 503 câmeras.

Crimes

Em um dos casos, um porteiro da universidade foi morto em uma troca de tiros com um vigilante da UFMG, na última sexta-feira (26). A Polícia Civil mineira investiga o caso, que aponta tem até o momento duas versões. A primeira seria que o homem morto teria praticado um roubo e fora surpreendido pelo vigilante. A segunda versa sobre a possibilidade de os dois terem desenvolvido uma rixa por motivos ainda desconhecidos. As imagens do episódio já estão com a polícia. No outro caso ocorrido no mesmo dia, uma mulher foi vítima de crime conhecido como saidinha de banco, após sacar R$ 3 mil em uma agência bancária localizada na UFMG.

Já no domingo, um caixa eletrônico instalado no local foi arrombado com a ajuda de um maçarico. A quantia roubada não foi revelada.

“A UFMG vivenciou eventos excepcionais lamentáveis na rotina do campus Pampulha na sexta-feira passada e no último domingo, que extrapolam seu ambiente acadêmico-institucional e se relacionam diretamente com os problemas de segurança pública enfrentados atualmente pela sociedade”, afirmou o reitor Clélio Campolina Diniz, em nota da universidade que explicava as novas medidas.

Plano

De acordo com a reitoria, dentro das medidas adotadas no Plano Diretor de Segurança, uma central de monitoramento já acompanha as imagens captadas pelas câmeras espalhadas pelo campus, que tem ao todo 899 pessoas trabalhando na área da segurança (253 vigilantes, 55 na central de monitoramento e 591 porteiros) para uma área que alcança quase 9 milhões de metros quadrados, incluindo matas. Esse aparato,  consome anualmente 15 milhões, o que corresponde a 15% do orçamento da UFMG.

As medidas, segundo a reitoria, têm surtido efeito. Conforme o setor, o número de furtos de bens particulares, incluindo carros, foi de 83, entre janeiro e setembro deste ano, ante 90 casos registrados no mesmo período do ano passado.

Já os arrombamentos caíram de 24 para 3, e os acidentes de trânsito recuaram de 75 para 39, nesse período. Por fim, os casos de danos ao patrimônio tiveram queda de 24 para 18, de acordo com números repassados pela reitoria.  

O UOL tentou contato com o presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFMG, mas foi informado que ele não estava e nenhum número de contato dele poderia ser repassado.