Topo

Creches, formação de professores e EJA serão focos de Callegari em SP

O novo secretário municipal de Educação de São Paulo, César Callegari - Leonardo Soares/UOL
O novo secretário municipal de Educação de São Paulo, César Callegari Imagem: Leonardo Soares/UOL

Karina Yamamoto e Suellen Smosinski

Do UOL, em São Paulo

26/12/2012 06h00

Três eixos serão prioritários para o novo secretário de Educação da cidade de São Paulo, César Callegari: creches, formação de professores e EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Para atender ao deficit de vagas em creches, Callegari pretende atuar em duas frentes: buscar terrenos para a construção de prédios do município e firmar parceria com grandes empresas "que tenham responsabilidade social" para a criação de vagas conveniadas.

Ele pretende formar uma força tarefa para localizar terrenos no município para a construção das 172 creches prometidas em campanha -- sabe-se que terrenos na cidade são escassos e a localização terá de combinar com a necessidade desse tipo de instituição. "A construção é importante, mas é insuficiente", disse.

Segundo a gestão Kassab, são atendidas 210 mil crianças. E o deficit é de outras 145 mil. A meta da gestão Haddad é zerar a conta até o final do mandato.

Uma das saídas para resolver a falta de vagas em creches, na visão de Callegari, é firmar parcerias com grandes empresas que "tenham responsabilidade social". Segundo ele, as empresas precisam saber que há orçamento federal para manutenção dessas creches por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). "Garantimos assistência técnica [para elaboração de projetos e para formação de educadores] e recursos", disse Callegari. "Faremos um processo de chamamento; as emrpesas paulistanas com responsabilidade social vão atender."

Professores

O sociólogo também prevê intensificação na formação continuada dos professores -- com vistas a abraçar a meta de alfabetizar aos oito anos e a reforçar o ensino dos alunos do 9º ano que seguem para o ensino médio em 2014. "Queremos ter formação complementar pela UAB [Universidade Aberta do Brasil, programa federal de ensino a distância], pós-graduação em larga escala", sinaliza Callegari.

"Sei que houve grande esforço na elaboração do currículo [na gestão Kassab]. Agora, o foco é formação dos professores [para implementar]", diz.

Questionado sobre a diferença de estilo com seu antecessor, Alexandre Schneider, que foi candidato a vice na chapa de José Serra, Callegari diz que ele e toda sua equipe têm "compromisso com a gestão democrática [da escola]" por entender que esse aspecto é fundamental para educação de qualidade. "Sou de diálogo, se perguntarem: haverá diferença de estilo? Haverá", disse.

A expectativa do secretário municipal é de que haja trabalho em conjunto com o governo estadual na formação continuada de professores, uma vez que muitos profissionais são empregados por ambas as redes. "Meu relacionamento com Herman [Herman Voorwaldm, atual secretário estadual de Educação] é dos melhores", afirma.

Jovens e adultos, projetos diferentes

Além da UAB [Universidade Aberta do Brasil, de formação de professores], o secretário de Educação pretende ampliar a participação da capital paulista no Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego] em ações articuladas com a ampliação da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Callegari aponta que é um contrassenso o número de matrículas ser baixo quando há demanda por mão de obra qualificada.

"É tolice desconhecer que o adulto já sabe muito, desconhecer essa realidade é desrespeitá-lo. A partir de um diagnóstico, vamos fazer, [vamos articular] condições adequadas para que ele faça", afirmou.

"Jovens e adultos não podem ser colocados no mesmo balaio", completa insinuando que haverá propostas diferentes de acordo com a faixa etária. "Um jovem de 15 a 17 anos [normalmente fruto de defasagem idade-série] tem outras aspirações. Se fazemos isso [separar por idade], a demanda aparece."