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"Não vai ter jeitinho, não tem colher de chá", diz Mercadante sobre vestibulares suspensos

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

08/01/2013 17h44

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (8) que o controle sobre os cursos superiores reprovados no CPC (Conceito Preliminar de Curso) será rígido e não haverá “jeitinho” ou “colher de chá” para liberar os vestibulares suspensos. Disse ainda que “vender hora-aula não é vender sabonete”.

“Não vai ter jeitinho, não tem colher de chá e, se o plano de melhorias não for muito bem elaborado, não há a menor chance de abertura do vestibular”, afirmou.

 “Nós vamos ser muito rigorosos, porque, vou dar um exemplo, das 11 instituições federais [mal-avaliadas], de responsabilidade do MEC [Ministério da Educação], que apresentaram plano de melhorias, só quatro foram aceitos. E esse rigor será aplicado para todas.”

Segundo ele, dos 200 cursos que obtiveram desempenho insatisfatório, 112 ainda podem reverter a decisão que proíbe o ingresso de novos alunos e a ampliação de vagas caso apresentem um plano de melhorias adequado ao MEC. Isso porque esses cursos tiraram notas 1 ou 2 no CPC, mas apresentaram uma tendência positiva nas últimas avalições.

Os demais 88 cursos não poderão fazer vestibular neste ano, porque tiraram 1 e 2 com tendência negativa. “Os que eram insuficientes e pioraram são 88 cursos; não têm a menor chance de restabelecer o vestibular.”

Para o ministro, o problema desses cursos é a falta qualidade em termos de corpo docente e infraestrutura. “Significa, basicamente, corpo docente, mestres, doutores, professores com dedicação tempo integral. Portanto, eles têm que apresentar uma proposta para o corpo docente, em até 60 dias, e infraestrutura, laboratórios, biblioteca, sala de aula [em até seis meses].”

PUC e Mackenzie têm cursos em nova lista de reprovados

Foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira lista com outros 38 cursos superiores com notas insatisfatórias na última avaliação do MEC. Estes cursos receberam notas 2 no CPC (Conceito Preliminar do Curso) de 2011e serão punidos com a suspensão de sua autonomia e assim não poderão, por exemplo, criar novas vagas.

Entre as 21 instituições de ensino superior atingidas estão federais, como o IF Fluminense (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense), e universidades privadas tradicionais, como a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e o Mackenzie (Universidade Presbiteriana Mackenzie). Confira a lista completa aqui.