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Protesto de estudantes da UFMT termina em confronto com a PM

Jorge Estevão

Do UOL, em Cuiabá

07/03/2013 17h00

Um protesto de estudantes da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), no campus de Cuiabá, terminou com seis alunos e dois advogados presos por policiais militares, além de dez estudantes feridos. A manifestação, realizada nesta quarta-feira (6), foi convocada porque a reitoria da instituição deu um prazo de 30 dias para que 44 acadêmicos de vários cursos desocupem casas alugadas pela universidade.

A reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, disse que lamenta o incidente e repudia quaisquer atos de violência. Neder informou que quando soube do problema conversou por telefone com o governador Silval Barbosa (PMDB) e pediu apuração rigorosa dos fatos.

No confronto, dois advogados também foram feridos por balas de borrachas, que são utilizadas para dispersão de pessoas em motins. O protesto começou por volta das 14h, na Avenida Fernando Correa, uma das mais congestionadas da cidade, em função de obras de mobilidade urbana.

Veja o vídeo do confronto entre policiais e estudantes da UFMT

Ao menos 50 estudantes saíram em passeata pelo campus e foram até a avenida. A PM foi acionada e chamou a Rotam (Rondas Ostensivas Tático Metropolitana), que um é grupo antimotim.

Em nota, a PM alega ter agido em legítima defesa e para desbloquear as vias de acesso ao centro da capital. Mas, em função dos ferimentos causados aos estudantes, uma investigação já foi aberta para apurar se houve excesso.

Já a OAB/MT (Ordem dos Advogados do Brasil) afirma que vai entrar com uma representação contra policiais militares que participaram do incidente.

Os seis estudantes presos assinaram um termo circunstanciado na Polícia Civil e vão ser chamados para compor acordo em Juizado Especial. A pena deve ser prestação de serviço comunitário ou doação de cestas básicas para instituições de caridade. Os advogados foram liberados.

Moradias

Segundo a reitora da UFMT, foram construídas três casas para moradia estudantil, uma no campus e duas em terreno da instituição, que fica próximo. “Não há mais razão para continuarmos alugando imóveis se há outros em que estudantes podem morar”, alega.

A UFMT, segundo a reitora, gasta em média R$ 2,6 mil por aluguel de casa. Ela também afirmou que há 50 vagas nos novos imóveis, que possuem segurança para estudantes.

Alguns estudantes afirmam que não querem sair das casas alugadas pela UFMT porque já criaram laços de amizade com outros moradores, no bairro Boa Esperança, na região onde fica a universidade.