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Coordenador de escola é suspeito de aliciar aluno em Araraquara (SP)

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

15/10/2013 17h21

A direção do Colégio Pueri Domus, em Araraquara (a 273 km de São Paulo) demitiu, na noite de segunda-feira (14), um coordenador de 36 anos. O homem foi preso na sexta-feira (11) por supostamente aliciar um jovem de 15 anos do colégio, prometendo, através de um perfil falso no Facebook, nota boas e dinheiro em troca de sexo.

Ele já conseguiu um habeas corpus e está em liberdade, mas foi indiciado por favorecimento à prostituição de vulnerável – se condenado, ele pode pegar uma pena de até dez anos de cadeia.

De acordo com a Polícia Civil, que investiga o caso, o coordenador criou um perfil falso no Facebook e iniciou uma conversa com o jovem. Ele chegou a oferecer R$ 1.000 por mês, além de boas notas na escola, desde que o jovem fizesse sexo com ele. As conversas começaram em agosto e o coordenador, segundo a polícia, estava tentando marcar um encontro pessoal com o menor.

“Dou a prova um dia antes para você tirar boa nota”, disse o coordenador, segundo documento divulgado pela Polícia Civil que continha transcrições de parte da conversa entre ambos.

O adolescente, desconfiado, comunicou o caso aos pais, que falaram com a polícia. Apesar do dono do perfil não se identificar na conversa, o menor desconfiou que seria o coordenador, e então a polícia passou a investigá-lo.

O suspeito foi preso na escola, enquanto conversava com o menor. O computador dele foi apreendido e está sendo periciado, assim como o smartphone e o computador pessoal do educador. O PC do garoto também foi periciado e, segundo a polícia, há provas substanciais que comprovam o crime. "O que temos é suficiente para encerrar a investigação e conseguir que a Justiça o condene. Está tudo no celular dele", informou o delegado Elton Negrini, responsável pelo caso.

Aliciamento

Segundo a polícia, o coordenador assumiu a autoria do perfil, mas disse que não teve contato com o menor, ficando as conversas restritas à internet. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Araraquara investiga se há outros casos de aliciamento feitos pelo educador. “Ainda não sabemos se havia outros casos e mandamos, mas trabalhamos com essa possibilidade. A análise técnica dos computadores e do celular nos dará pistas sobre isso”, comentou Negrini.

Procurada através da assessoria de imprensa, a escola disse que haverá a formação de uma comissão para identificar possíveis vítimas, mas que não sabe de nenhum outro caso. Além disso, afirmou que está à disposição das autoridades e colaborando com as investigações.

Defesa do coordenador

A reportagem entrou em contato com o advogado de Liba, José Luiz Passos, no meio da tarde de terça-feira, e deixou recado no escritório dele solicitando entrevista. Ele não retornou à ligação até o fechamento desta matéria. À imprensa de Araraquara, no entanto, o advogado disse que a provocação para as conversas partiu do menor e que o educador já havia expressado desejo de se desligar do colégio.