Movimento estudantil da UFRGS é acusado de machismo no Facebook

A página de um movimento estudantil da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) causou polêmica ao publicar uma foto no último dia 17 com quatro mulheres seminuas em uma mensagem de Natal no Facebook. Parte dos seguidores da página considerou a imagem machista.

A foto foi postada pelo DCE Livre - Movimento Estudantil Liberdade, que se intitula como “grupo que apoiou a chapa vitoriosa nas eleições para o DCE/UFRGS”. Até por volta das 20h desta quinta (19), a foto tinha mais de 500 comentários.

Na postagem, uma jovem comentou que a foto era um “absurdo”. Para ela, uma entidade "que deve representar a luta estudantil" estava reproduzindo um “discurso machista e opressor”.

Outra garota disse que era “lamentável ver uma representação estudantil chegar a esse ponto”. “DCE machista não representa as mulheres”, afirmou. Um estudante ainda comentou: “Quando essa imagem apareceu na minha timeline, pensei que fosse propaganda de alguma marca de roupas íntimas”.

Houve, porém, quem defendesse o movimento e elogiasse a foto. “Cada um se veste como quiser e compartilha foto de gente vestida como quiser”, disse um seguidor. “As modelos ganham dinheiro fazendo isso, elas aparentam felicidade. Uma mulher não deve ser livre pra fazer o que quiser?”, questionou outro garoto.

O UOL não conseguiu contato com os responsáveis pelo movimento na noite desta quinta-feira.

Atual gestão do DCE critica postagem

A atual gestão do Diretório Central de Estudantes da universidade disse por meio de nota que "não possui nenhuma relação" com o DCE Livre/Movimento Estudantil Liberdade. Segundo o texto, o grupo não conseguiu reunir o número mínimo de estudantes para inscrever chapa no ano de 2013.

"Quanto ao cartão em si, lamentamos muito a sua emissão, pois é algo que padroniza e objetifica a figura da mulher", diz a atual gestão.

O DCE Livre - Movimento Estudantil Liberdade disse, em nota, que a imagem veiculada em sua página no Facebook "não possui absolutamente nenhuma conotação machista". "Repudiamos veementemente as acusações de machismo imputadas ao grupo. Entendemos que a imagem ressalta a beleza feminina e que estamos sendo vítimas de discursos de ódio por parte de grupos radicais de extrema-esquerda que hipocritamente dizem ser contra a padronização e a objetificação da mulher, porém impõe uma visão padronizada e objetificada do corpo feminino através da exaltação dos pêlos pubianos e da falta de cuidado corporal".