Perfil no Twitter narra em 'tempo real' fatos do golpe de 1964
Um aluno e dois professores curso de jornalismo da Famecos (Faculdade de Comunicação Social) da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) criaram um perfil no Twitter para narrar os principais acontecimentos relacionados ao golpe militar de 1964.
O perfil “Cronologia do Golpe” (@golpe1964) reúne frases, fotos, áudios e capas de jornais para dar uma ideia de como e quando ocorreram os principais fatos da época.
“A ideia surgiu no fim do ano passado. Queríamos fazer algo sobre o golpe que pudesse competir com o resto da imprensa, algo simples e que tivesse um impacto interessante. Então a gente se inspirou em outros perfis para reencenar o golpe em tempo real”, afirma o professor Marcelo Träsel.
O projeto foi planejado e executado por Träsel, pelo também professor Fabio Canatta e pelo estudante Victor Rytl, que está no 8º semestre de jornalismo.
Desde o início deste ano, eles se dedicam às pesquisas e à programação de quando o conteúdo deveria ser publicado. A maior parte do material foi retirado do livro “1964: Golpe ou Contragolpe?”, de Helio Silva.
O perfil entrou no ar em 13 de março e, por enquanto, tem em média uma publicação por dia. A frequência, porém, vai aumentar entre 31 de março e 1º de abril, dias que marcam a deposição do presidente João Goulart e a tomada do poder pelos militares.
“Planejamos cerca de cem publicações nesses dois dias. Os seguidores podem esperar muito conteúdo, documentos, discursos, links, vídeos e imagens desse período. O nosso objetivo é mostrar como cada personagem contribuiu e quantas pessoas são necessárias para fazer a história”, diz Victor, que tem 25 anos.
Inicialmente, o perfil deveria permanecer ativo até o dia 2 de abril, mas como a repercussão foi maior do que eles esperavam, o grupo estuda manter as publicações após esse prazo. Até a noite desta sexta, a “Cronologia do Golpe” tinha mais de 2.500 seguidores.
São Paulo
No dia 31 de março, o perfil da PUC-SP no Twitter vai publicar diversos textos preparados pelo professor Luiz Antonio Dias, do Departamento de História, com explicações relacionadas à movimentação política anterior ao golpe de 1964.
“Para a PUC-SP, recordar estes tristes episódios é resistir ao esquecimento e uma maneira de sensibilizar a sociedade para que o arbítrio político, a violência de Estado, as torturas e a falta de liberdade nunca mais se repitam”, afirmou em nota.
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