Universidade Federal Fluminense tem três campi desbloqueados
A Universidade Federal Fluminense (UFF), que teve três campi bloqueados por estudantes, de 28 de maio até ontem (2), já voltou à normalidade. A informação foi dada hoje (3) pelo pró-reitor de Gestão de Pessoas da instituição, Tulio Franco. “Assim todos os direitos são respeitados. O direito de ir e vir das pessoas, de poderem transitar com segurança e liberdade dentro do campus foi restabelecido.”
Segundo ele, nem todas as universidades estão paradas. “O cenário é de normalidade. Um levantamento preliminar mostra que, dos 3,2 mil docentes, em torno de 40% a 50%, no máximo, aderiram ao movimento”.
O pró-reitor destacou que os serviços essenciais da universidade estão funcionando, como os de folha de pagamento, concursos públicos, aposentadorias e pensões e perícia médica, entre outros.
O superintendente de Comunicação Social da UFF, Afonso de Albuquerque, disse que a posição da reitoria é de respeito ao direito à greve de professores e técnicos, mas também ao direito de ir e vir. “A reitoria entende que esse direito não pode ser coibido por agentes individuais”. Albuquerque afirmou que não houve qualquer tipo de repressão pela instituição em relação a professores que queiram apresentar seus argumentos a favor da greve. “Este é um direito constitucional.”
O mesmo ocorre em relação ao direito de acesso ao local de trabalho. Sobre a ocupação de alguns campi, Albuquerque destacou que a situação hoje é de normalização. A universidade contou com apoio da Polícia Federal para desobstruir os locais invadidos. “Não houve nenhum dano ao patrimônio, nenhum ferido.”
Albuquerque deixou claro que as invasões não foram lideradas pelos grevistas, mas “provocadas à revelia de decisões de entidades representativas dos docentes, dos técnicos administrativos e dos estudantes”. Ele garantiu que a universidade é solidária com aqueles que se preocupam em qualificar a instituição e evitar problemas que prejudiquem a prática cotidiana.
Embora não possa se posicionar em relação à greve, enquanto administração, o superintendente disse que a UFF reivindica das instituições do governo condições para que possa cumprir suas atribuições. Ele também lembrou que houve uma expansão dos serviços da universidade. Entre 2006 e 2014, o número de bolsas de assistência estudantil subiu de 550 para 3,8 mil. “A instituição quer garantir a manutenção das bolsas, para que os alunos de baixa renda possam se formar”.
A Associação dos Docentes da UFF (Aduff) programou para a próxima terça-feira (9) uma nova assembleia para avaliar a continuidade do movimento.
Hoje (3), os professores retomaram a agenda de visitas às unidades para debater a pauta de reivindicações e tentar sensibilizar os professores que ainda não aderiram à paralisação, revelou a professora da Escola de Serviço Social da UFF, membro do comando local de greve, Eblin Farage.
A professora lamentou o cancelamento, nesta quarta-feira (3), pela reitoria, da reunião do Conselho de Ensino e Pesquisa, durante o qual os docentes em greve iam pedir a suspensão do calendário escolar. “A reitoria cancelou a reunião, o que lamentamos profundamente, porque é um espaço a menos de diálogo entre os comandos em greve e a universidade.”
A greve dos docentes e técnicos administrativos começou no dia 28 de maio passado.
Segundo Eblin, a negociação com o governo federal inclui o índice linear de aumento de 27,3%, a data-base unificada em 1º de maio, a paridade salarial entre ativos e aposentados, a retirada dos projetos de lei do Congresso Nacional que atacam os direitos dos servidores públicos, o concurso público pelo Regime Jurídico Único e a anulação da reforma da Previdência.
De acordo com a professora, a pauta do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes) tem como pleitos principais a melhoria das condições de trabalho e da carreira docente. Outros pedidos são um cronograma para a conclusão de obras e a realização de concurso público para professores e técnicos administrativos.
Nos dias 8 e 10, os grevistas farão panfletagem nos campi que estão em funcionamento. Para o dia 11, estão previstas atividades de mobilização em todas as unidades da UFF. Eles propõem também que se estabeleça nesta data o Dia Nacional de Mobilização, em função da greve nacional da educação, que engloba tanto professores, como servidores das universidades públicas.
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