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Professores da rede estadual do PR entram em greve nesta segunda

Rafael Moro Martins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

17/10/2016 12h01

Professores e outros funcionários da rede estadual de ensino entraram em greve nesta segunda-feira (17) no Paraná.

A APP Sindicato estima que 50% dos 100 mil profissionais da categoria que representa aderiram ao movimento. A Secretaria de Estado da Educação informou, em balanço parcial, que 26% estão totalmente paradas e 22% estão parcialmente paralisadas. Segundo a pasta 52% das escolas funcionam normalmente.

Os professores e funcionários da Educação pedem que o governo retire de tramitação emendas apresentada à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2017. Segundo eles, a alteração suspende, na prática, a data-base de negociação de reajustes salariais dos servidores, mantendo apenas o pagamento de promoções e progressões na carreira.

Criticado pelos professores, o governo suspendeu a tramitação da emenda no último dia 11. Em março de 2015, numa negociação com a APP mediada pelo Tribunal de Justiça do Paraná para por fim a uma greve, o governo assinou documento em que "comprometeu-se a não apresentar qualquer projeto de lei que suprima direitos dos servidores públicos e, em particular, dos educadores."

"A pauta da greve é a manutenção de direitos dos trabalhadores", diz o presidente da APP Sindicato, Hermes Leão. O sindicato pede, ainda, a equiparação salarial de 9,2 mil funcionários que recebem vencimentos de R$ 1.031 ao salário-mínimo regional, que desde maio passado é de R$ 1.132; o reajuste do auxílio-transporte pago a 882 servidores; e o do vale-alimentação de outros 15 mil funcionários, pelos dois últimos índices de reajuste aplicados aos salários. 

"No caso do reajuste para o mínimo regional, o impacto mensal seria de R$ 1 milhão mensal no do vale-alimentação, de R$ 225 mil por mês, e, no do auxílio transporte, de apenas R$ 17 mil. Isso mostra a pouca disposição do governo em negociar", criticou Cid Cordeiro da Silva, assessor econômico da APP-Sindicato. 

Partidarização

"[A APP Sindicato] É o mesmo sindicato que estava aí defendendo a Dilma, o Lula, o ‘Fora Temer’. Foram na Justiça Eleitoral com cartazes xingando o juiz Sergio Moro. Então, será que essas pessoas têm credibilidade?”, afirmou, no último dia 6, o governador Beto Richa (PSDB). 

O Estado do Paraná tem enfrentado problemas financeiros com a queda de arrecadação de impostos. 

"Ao tentar partidarizar o debate, como se não houvesse pauta legítima de reivindicações, o governo se esforça para desgastar nossa imagem. Reconhecemos que há crise e dificuldades financeiras, mas o estado do Paraná, que aumentou impostos e atacou o fundo previdenciário, dá base para defendemos nenhum direito a menos", afirma Leão.

No domingo (16), o governo do Estado decretou recesso escolar entre 17 e 21 de outubro para as escolas ocupadas no Paraná --segundo o movimento dos secundaristas, elas já somam 510. Os estudantes protestam contra a PEC (proposta de emenda constitucional) da reforma do ensino médio. Segundo o governo, as aulas deverão ser repostas entre 22 e 28 de dezembro --ou seja, entre os feriados de Natal e Ano Novo.