MG: Professor acusado de assédio e agressão contra aluna é afastado da UFJF
Rayder Bragon
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
16/11/2016 17h53
Um professor da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), acusado de agressão e assédio contra uma aluna, foi afastado de suas funções pela reitoria da instituição de ensino, que fica na cidade de Juiz de Fora (278 km de Belo Horizonte).
Conforme a assessoria da UFJF, a suspensão, feita na semana passada, não tem caráter punitivo, mas “visa apenas assegurar a isenção e a continuidade de todo o processo administrativo disciplinar”. A expectativa é que a investigação seja finalizada em dezembro deste ano.
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O caso ocorreu em junho passado, quando uma universitária do curso de odontologia acusou o educador, de 61 anos, de agressão e assédio. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Conforme o boletim de ocorrência registrado pela estudante, o homem teria se irritado por ter sido chamado pelo seu primeiro nome pela jovem. O episódio ocorreu durante aula ministrada pelo professor em um ambulatório do hospital da universidade.
Em seguida, ainda de acordo com o boletim, ele teria chamado a aluna para uma sala reservada e trancado a porta só com os dois no recinto. A moça acusa o homem de ter agarrado o seu braço "forçando-a contra a parede, colocando o [seu] corpo bem próximo ao dela". Na sequência, o documento descreve que o homem disse à aluna que não o chamasse pelo nome porque ela, aparentemente, não tinha esse direito e "teria que mostrar mais respeito".
Já com os dois de volta ao local onde ocorria a aula, o docente foi acusado pela moça de ter começado a xingá-la e afirmado que ela não se formaria no curso, no final deste ano, por não ter "competência para passar em três matérias com ele". Após isso, a universitária foi até a direção da Faculdade de Odontologia, onde acionou a Polícia Militar e os pais.
Histórico
Quando da chegada dos policiais, a moça relatou aos militares um suposto histórico de problemas que enfrentou com o professor ao longo do curso.
Em um deles, a moça acusa o educador de tê-la chamado de "tigresa", quando ela estava no quinto período, e ainda ter pedido fotos dela. A estudante disse que, desde então, passou a sofrer coerção moral dele, sendo que ele já teria tentado beijá-la no rosto. Ela ainda contou que o homem assediava outras alunas.
Por fim, a universitária relatou não ter feito anteriormente as denúncias porque o professor teria dito que ela não iria se formar.
Em nota enviada nesta quarta-feira (16), ao UOL, a assessoria da universidade informou que em relação a possíveis punições ao educador, caso ele seja considerado culpado, a instituição considera que é necessário “aguardar o encerramento do processo”. A estudante continua frequentando as aulas do curso.
Em sua página no Facebook, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da universidade comemorou a decisão tomada pela reitoria. O texto afirmou que a permanência do professor em sala de aula, durante o transcorrer do processo administrativo, não era “sensata”. O texto acusa o homem de ter mantido, após a abertura da investigação, uma postura “irônica e agressiva em sala de aula, inibindo possíveis denúncias”.