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Ainda não há previsão de retomada das aulas na cidade de SP, diz Covas

Leonardo Martins e Laís Politi

Colaboração para o UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

30/03/2021 14h01

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse hoje que ainda não há previsão de data para a retomada das aulas presenciais na capital. Covas fez o anúncio durante entrevista coletiva no começo da tarde de hoje.

"Ainda não há nenhuma definição da prefeitura sobre o retorno às aulas. Todo mundo sabe que a atividade de educação é mais do que essencial. Só que nós temos uma preocupação com a vida, é exatamente a área da Vigilância Sanitária que vai informar se já é possível e de que forma é possível retomar", disse o prefeito.

A suspensão das aulas presenciais foi anunciada por Covas em 12 de março, diante de um aumento progressivo de internações e novos casos de covid-19, que causaram um colapso no sistema de saúde. Logo depois, o prefeito antecipou feriados e mudou o rodízio de veículos, numa tentativa de reduzir a circulação nas ruas.

Tanto a Prefeitura quanto o governo do estado entendem que as atividades presenciais escolares são essenciais para os alunos, mas o retorno está fora de cogitação enquanto os dados da pandemia não apresentarem robusta melhora.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) assinou um decreto no último sábado (27) tornando "serviços essenciais" as atividades de escolas públicas e particulares, mas sem estabelecer prazo nem obrigatoriedade de presença física nas unidades.

Os executivos municipais e estadual são alvos de intensa pressão de sindicatos e entidades que representam os professores, que entendem que as aulas presenciais aumentam o risco à saúde dos profissionais nesse momento.

Nós tivemos com o retorno às aulas o aumento de focos de covid na cidade de São Paulo. Assim que for o momento adequado, a gente retoma as aulas. Por enquanto nenhuma decisão tomada ainda.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo

Participaram da coletiva o vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB), o vereador Fernando Holiday (Patriota), representando a Câmara dos Vereadores, além de integrantes da Secretaria Municipal de Saúde.

Feriado prolongado aumentou isolamento, diz Covas

Questionado sobre a eficácia do feriado prolongado decretado na capital paulista —que começou na última sexta (26)—, Bruno Covas, apesar de ressaltar que ainda é cedo para "colher os resultados", garantiu que houve um "acerto" na medida.

Ele disse que o isolamento social na cidade aumentou no período, mas não apresentou nenhum número na coletiva. Explicou que a métrica do município é diferente da usada pelo governo estadual para medir o isolamento.

"Temos feito reuniões diárias com o grupo executivo de covid, tivemos nesse fim de semana um congelamento no crescimento de ocupação das UTIs. As restrições também mostraram uma evolução no isolamento social. Utilizamos dados de catracas de ônibus, notas ficais e observamos o trânsito na cidade, que mostra que as pessoas estão em casa, o que mostra um acerto nas ações criadas", disse.

O UOL requisitou os dados de isolamento à Prefeitura e aguarda retorno.

Ações na pandemia

Covas também anunciou novas medidas da Prefeitura para assistência à população mais vulnerável. Ele prometeu que, no mês de abril, haverá aumento no número de refeições gratuitas, na distribuição de máscaras de proteção e nas vagas em hotéis para moradores de rua.

Para organizar a distribuição de refeições pela cidade, a Prefeitura anunciou a criação da plataforma "Sampa mais solidária", na qual entidades podem se cadastrar para estruturar a entrega de marmitas e outros benefícios de forma distribuída pela cidade.

Segundo Covas, auxílios financeiros da Prefeitura, como a renda básica emergencial, cartão merenda e auxílio aluguel, estão mantidos no mês de abril.

A cidade de São Paulo contabiliza, desde o início da pandemia, 728.225 casos de covid-19 e 21.492 mortes por causada doença, segundo boletim epidemiológico divulgado ontem pela Prefeitura. A taxa de ocupação nas UTIs está em 89% e, das enfermarias, em 81%.