Comunidade escolar deve ter prioridade na vacinação, diz Joice Hasselmann
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), relatora do PL (Projeto de Lei) que coloca a educação presencial como serviço essencial e determina o retorno das aulas em escolas e faculdades, disse hoje que o projeto prevê que a comunidade escolar tenha prioridade na vacinação contra a covid-19. O PL 5595/2020 foi aprovado na última terça-feira e, agora, o texto vai para votação no Senado.
"Eu passei o professor para a prioridade da prioridade. Não só o professor, mas a merendeira, o porteiro e toda a comunidade escolar, justamente para que esses profissionais da educação tenham acesso mais rápido a vacina [contra a covid-19] e possam voltar a sala de aula. Os professores estão resguardados porque entram nesta lista de máxima prioridade para a vacinação", disse em entrevista à GloboNews.
Para a parlamentar, ter a educação como serviço essencial será algo que "extrapola a pandemia" por colocar a área como importante de funcionar independentemente das condições que o país se encontra. Ao longo da entrevista, Hasselmann destacou que "as escolas devem ser as primeiras a abrir e as últimas a fechar" e que as crianças que não tiverem aulas agora sofrerão "prejuízos absolutamente incalculáveis" desta medida.
A deputada também declarou que o retorno das aulas não será com 100% da capacidade e que o PL prevê que as secretarias municipais de Educação, Saúde e Assistência Social criem protocolos para o retorno das aulas presenciais, em concomitância com as virtuais, além de organizar o calendário de vacinação dos educadores.
O que se fez até agora foi tampar o sol com a peneira e afastar ainda mais a educação pública e a educação privada. Você vê que as crianças da rede pública não tiveram aula online. Talvez tenham em grandes centros. Agora vamos lá para Buíque, divisa de Alagoas com Pernambuco. Você acha que essa criança teve um tablet com internet e teve aula durante esse tempo todo? Ela passou longe de qualquer tipo de processo educacional, de alfabetização, numa idade muito importante. Essa criança ficou longe da única refeição que ela tinha. Então, temos que tratar o Brasil, como é o Brasil. Infelizmente nós não temos as condições ideais na escola, nem fora da época de pandemia.
Joice Hasselmann, deputada federal e relatora do PL
Arrependimento de apoiar o presidente em 2018
Durante a entrevista, Hasselmann ainda declaro que "todo o santo dia" se arrepende de ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2018. Ela disse que sabia que o mandatário "não era um homem totalmente preparado, mas queria e acreditava que ele fosse honesto", no entanto, quando ele achou ser maior que o cargo, "se aflorou essa personalidade dele e se aflorou a verdade".
"Essa coisa de combate à corrupção foi uma historia da carochinha. Ele [Bolsonaro] contou uma historia boba e muitos acreditaram, inclusive eu, de que ele era honesto e de honestidade ele não tinha nada."
A parlamentar ainda afirmou que o governo Bolsonaro está fazendo um estrago "gigantesco" assim como foi feito nos antigos governos administrados pelo PT.
Nós precisamos disso em 2022. De entregar ao país aquilo que nós prometemos que entregaríamos, um pais menor, com menos estatal, onde a corrupção seja um crime hediondo, que não compense. Porque, hoje, a corrupção continua compensando no governo Bolsonaro. Com 2 anos e meio, menos que isso, ele fez um estrago gigantesco também. Já imaginou? A continuidade deste governo seria uma tragédia para o país. Então, eu me arrependo sim, me arrependo de ter militado tanto. Eu realmente acreditava que era possível moldar aquele homem que parecia um pouco ogro, mas que se apresentava como uma pessoa honesta e de fato eu me enganei naquilo.
Joice Hasselmann, deputada federal e relatora do PL
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