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Medo e angústia deixam pais em alerta após ataques a escolas: 'Apavorante'

Creche que sofreu ataque fica em Blumenau, Santa Catarina Imagem: Hygino Vasconcellos/UOL

Do UOL, em São Paulo

07/04/2023 04h00

Pais e mães não pararam de trocar mensagens em grupos de WhatsApp após o ataque a uma creche em Blumenau (SC). O assassinato de quatro crianças na última quarta-feira (5) desencadeou nas famílias medo e ansiedade com a possibilidade de novos massacres.

É triste e assustador. Confesso que minha insegurança aumentou bastante [depois do ataque a creche]. Se eu pudesse, não mandava para escola mais."
Cristina Houck, corretora de imóveis e mãe de uma criança de 5 anos

O que aconteceu

Pais e mães estão preocupados com ataques recentes a escolas no Brasil. Algumas famílias dizem ter medo de levar seus filhos para a sala de aula após os episódios.

"Não tive coragem de mandar minhas filhas para escola e, na segunda, também não vão, porque começou um burburinho de que vai ter ataque", conta Suely Rocha, gerente de vendas e mãe de duas meninas que estudam na rede pública, uma de 8 e outra de 12 anos.

Suely diz preferir não pensar nos próximos dias e que tem medo da próxima terça-feira, quando deve decidir se as filhas retomam para a escola.

Algumas famílias não deixaram de levar os filhos para a aula, mas afirmam que há preocupação é dobrada. Elas se acostumam a observar medidas de segurança na escola.

"É uma sensação de tristeza profunda. Fui pedindo proteção para ela o caminho todo [até a escola]", afirma Luciene Araujo, que tem um filho de 6 anos —idade próxima das crianças atingidas no ataque de quarta-feira.

O primeiro impulso é ir buscar, trazer para casa e trancar, mas a gente sabe que não resolve colocar o filho numa bolha. Levo para escola, ela não vai deixar de ir, mas, nos dias que se seguem, a gente fica mais preocupado."
Carolina Miranda, cientista social e mãe de uma criança de 4 anos

A gente deixa eles na escola achando que estão seguros, mas não estão porque, cada vez mais, aumentam os casos de violência."
Camila Lima, manicure e mãe de uma criança de 6 anos

Busca por respostas

O UOL observou alguns grupos de WhatsApp de pais e mães. A maioria das famílias busca respostas sobre a questão de segurança nas escolas.

"Temos também um grupo de pais e professores da escola. Toda hora, no comunicamos para saber se está tudo bem com as crianças", conta Luciene. Segundo ela, muitos alunos não foram para aula nessa quinta (6).

Um documento com "medidas contra atirador ativo" foi compartilhado em um dos grupos de pais e mães.

Especialistas afirmam que é preciso se distanciar do tema para não entrar em pânico (leia mais abaixo).

Foi também por um grupo de Whatsapp que os pais e mães das crianças da creche Cantinho Bom Pastor foram avisados do ataque.

O que dizem os especialistas

É importante tentar não entrar em pânico. A gente se assusta muito com esse tipo de situação e o cuidado é tentar não entrar em contato com informações sensacionalistas sobre o caso, não ir atrás de muitos telejornais, por exemplo."
Gustavo Estanislau, psiquiatra da infância e adolescência

Uma estratégia importante neste momento é uma aproximação com a escola e a compreensão de estratégias para que isso seja evitado na escola."
Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente

É necessário que esses pais que estão muito angustiados possam ir até escola, conversar para saber como as pessoas estão lidando com isso lá. Os pais conseguirem perceber que essas escolas estão funcionando de uma forma normal, tirar as dúvidas que se tem sobre a questão de segurança na escola, mas o mais importante é a proximidade da escola."
Gustavo Estanislau

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