Topo

Enem: Estudantes vão ao 2º fim de semana da prova com máscaras e em clima de Copa

20.nov.22 -  Estudantes chegam para o segundo dia de prova do Enem deste ano - LUCIANO CLAUDINO/ESTADÃO CONTEÚDO
20.nov.22 - Estudantes chegam para o segundo dia de prova do Enem deste ano Imagem: LUCIANO CLAUDINO/ESTADÃO CONTEÚDO

Redação

São Paulo

20/11/2022 17h52

Os portões para o segundo fim de semana de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 abriram ao meio-dia deste domingo, 20, enquanto parte dos estudantes se dividia entre a ansiedade da avaliação e o clima de Copa do Mundo, que também começou às 13h. No campus da UNIP na Aclimação, os jovens que esperavam sob o sol forte da capital paulista entraram tranquilamente no prédio para fazerem os exames de Matemática e Ciências da Natureza, muitos deles vestidos com as cores e símbolos do Brasil.

Erika Barreto, de 21 anos, chegou usando uma camiseta bordada com o escudo da Seleção. Fã de futebol, ela faz a prova pela quarta vez, mas agora "pra valer". "Eu sou uma pessoa de humanas querendo estudar medicina", contou a jovem, que se disse um pouco nervosa com o tema das avaliações de hoje, mas tranquila por já ter prestado o exame outras três vezes como treineira.

"É importante, mas não fico mais tão ansiosa porque já sei o que vou encarar" explica. Este ano, ao invés de fazer simulados e revisões de última hora, Erika diz que preferiu relaxar antes da prova: "Eu acabava ficando mais ansiosa. Dessa vez só fiquei ouvindo música e descansando".

Às 12:45, a maioria dos jovens que se concentrava na calçada começaram a entrar no prédio. Além das camisas de futebol e do Brasil, canetas e comidas, a maioria deles também chegava com máscara facial. Em São Paulo, o aumento de casos da covid fez a Prefeitura recomendar novamente o uso da proteção facial em locais fechados e aglomerações.

Esta foi a segunda vez que Fernanda Mori fez o Enem, mas a primeira que não está como "treineira". Empenhada em conseguir uma vaga no curso de Arquitetura, ela conta que o segundo fim de semana da prova é o seu preferido por se sentir mais à vontade com as áreas cobradas. "Acho que a prova de Exatas é mais fácil e me sinto mais confiante porque não tem redação", explica a jovem de 18 anos, que foi acompanhada da mãe, a recepcionista Rosailde Mori, de 52.

Os portões fecharam pontualmente às 13h, mas nenhum atrasado do Enem passou pela Unip da Aclimação. Pouco antes, uma funcionária da universidade foi anunciando minuto a minuto o tempo restante e chamando os retardatários para dentro do prédio.

Em São Paulo, estudantes optaram por utilizar máscaras faciais - LORANDO LABBE/ESTADÃO CONTEÚDO - LORANDO LABBE/ESTADÃO CONTEÚDO
20.nov.22 - Estudantes chegando em local de prova para o Enem
Imagem: LORANDO LABBE/ESTADÃO CONTEÚDO

As provas

Os candidatos terão cinco horas para realizar as provas de Matemática e Ciências da Natureza. Serão 90 questões de múltipla escolha. O exame é o principal vestibular de universidades públicas e privadas do País.

Na última semana, os candidatos fizeram provas de Redação, Linguagens e Ciências Humanas. O primeiro dia de prova teve 26,7% de abstenção - 2,5 milhões de estudantes fizeram o exame. O número de inscritos foi de 3,4 milhões, o segundo menor patamar desde 2005. O Enem tem passado por uma queda do total de inscritos nos últimos anos.

Para evitar contratempos neste domingo de prova, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) orientou os participantes a atentarem para o horário e para o local de aplicação do exame. Reforça também que eles confiram, antes de sair de casa, se estão levando documento de identificação válido.

Os portões de acesso foram abertos às 12h e fechados às 13h. A aplicação começa às 13h30 e termina cinco horas depois, às 18h30. Aqueles que tiveram os pedidos de tempo adicional aprovados terão uma hora a mais para concluírem as provas. Serão 90 questões de Ciências da Natureza e suas tecnologias e de Matemática e suas tecnologias.

Para realizar o exame, é obrigatória a apresentação da via original de documento de identificação oficial com foto, como cédulas de identidade expedidas por secretarias de Segurança Pública, polícias Militar e Federal ou pelas Forças Armadas. Também é aceita identidade expedida pelo Ministério da Justiça para estrangeiros.

São válidos ainda para identificação do participante documentos digitais com foto (e-Título, CNH Digital e RG Digital), apresentados nos respectivos aplicativos oficiais. Não serão aceitas capturas de tela. A relação dos outros documentos válidos, além de outras informações, pode ser acessada na Página do Participante.

Regras para o momento da prova

A prova deve ser respondida com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Os participantes que solicitaram atendimento especializado para transtorno do espectro autista e que tiveram o pedido aprovado poderão utilizar caneta fabricada em material transparente com tinta colorida. O uso é exclusivo para marcação no Caderno de Questões, mas o Cartão-Resposta deve ser preenchido com caneta de tinta preta.

No momento da aplicação, não será permitido o uso de qualquer objeto eletrônico. O estudante deverá guardar esses materiais, desligados, no envelope porta-objetos, antes de entrar no local de aplicação. O envelope deve ser mantido debaixo da carteira, lacrado e identificado, durante toda a permanência do estudante no local de provas.

No caso dos participantes do Enem Digital, o Inep disponibilizou, no seu canal do YouTube, o tutorial da plataforma de aplicação da versão digital do exame. O material orienta o participante sobre a usabilidade do sistema durante a realização da prova. Ao todo, 32,4 mil alunos fizeram o primeiro dia de provas no modo online neste ano.

A prova da última semana trouxe questões sobre o papel da mulher na sociedade, democracia e meio ambiente. Professores ouvidos pelo Estadão elogiaram o nível de questões e o grau de atualidade do teste. O tema da redação foi "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil".

O Enem deste ano reúne gerações de alunos que tiveram grande parte da formação do ensino médio em aulas a distância, por causa da pandemia que já dura quase três anos. Com isso, a rotina de preparação teve de ser reinventada, para superar desafios de aprendizagem e saúde mental. A prova tem visto uma gradativa queda do total de inscritos. Foram 3,4 milhões nesta edição, ante um pico de 8,7 milhões em 2014.