História geral - China: grandes navegações
Camila Koshiba Gonçalves
China: grandes navegações
Justificativa
Nos últimos anos, o material didático direcionado aos alunos do ensino fundamental tem trazido um capítulo que contempla as navegações chinesas da época Ming, no sentido de relativizar a conquista da América pelos europeus. Propomos aqui uma forma mais dinâmica de incorporar o tema, de maneira a comparar as duas realidades, sem perder de vista a peculiaridade da história e da cultura chinesa e européia, já que a primeira viveu curto um momento de abertura para o comércio no oceano Índico e a segunda já ensaiava os primeiros passos para a consolidação do capitalismo comercial.
Objetivos
1) Ampliar a percepção do aluno para além das fronteiras da Europa feudal;
2) Reconhecer o Oriente como região intelectual e comercialmente dinâmica no período feudal;
3) Identificar as funções sociais dos mandarins e dos eunucos durante a dinastia Ming (1368-1644);
4) Comparar as embarcações chinesas e as caravelas européias.
Ponto de partida
1) Ler os itens "Às margens do rio Amarelo" e "Dificuldades geográficas", disponível em China antiga (1), no site Educação de Casa;
2) Ler o item "Reforma agrária e concursos públicos", disponível em China medieval";
3) Ler o item Dinastia Ming.
Estratégias
1) Solicitar que os alunos realizem uma pesquisa sobre os eunucos, os mandarins, sobre a biografia do almirante eunuco Zeng He e sobre algumas invenções chinesas.
2) Discutir as pesquisas, indicando as funções sociais dos eunucos e dos mandarins na China Ming. Chamar a atenção dos alunos para a predominância política dos eunucos durante a Dinastia Ming.
3) Relacionar a predominância política dos eunucos à abertura chinesa para as trocas comerciais no Oceano Índico.
4) Relacionar as invenções chinesas às atividades intelectuais dos mandarins.
5) Apresentar aos alunos as características das embarcações chinesas: tamanho, funcionamento da cozinha, armazenamento de água e de alimentos, disposição dos mastros. Sugere-se assistir ao vídeo da PBS, cuja tradução livre do áudio encontra-se abaixo:
"Comparados com os navios europeus, os maiores navios chineses de fundo chato - os navios-tesouro - eram gigantescos. De comprimento superior a 130m e com largura aproximada de 50m, esses imensos navios possuíam velas de bambu e nove mastros, o que permitia aos chineses navegar utilizando ventos vindos em qualquer direção.
Na área inferior, os chineses carregavam uma imensa carga de produtos para serem comercializados, incluindo um estoque de plantas e animais vivos, que deveriam sobreviver por longo período de tempo, para que eles pudessem atingir os cantos mais remotos do mundo, como a África. O compartimento reservado para a água também poderia ser separado do resto do navio, e usado como aquário de peixes ou para lavagem durante a viagem.
Em todas as suas expedições, esses "navios-tesouro" foram acompanhados por centenas de outros navios: esquadra de defesa e navios com mantimentos para abastecimento ao longo da viagem."
6) Solicitar que os alunos façam uma pesquisa sobre as caravelas européias.
7) Comparar as caravelas com as embarcações chinesas. Como forma de fechamento da atividade, sugere-se que os alunos sejam encaminhados para fora da sala de aula, posicionando-se de acordo com o tamanho das embarcações (realizar uma proporção de acordo com o espaço disponível: 130m para as chinesas e cerca de 40m para as caravelas). Os alunos podem medir as distâncias com um barbante e colá-lo em círculo em cartaz.
Sugestões
1) As informações sobre a história da China podem ser complementadas com uma pesquisa sobre Muralha da China e o Grande Canal, explorando as técnicas construtivas e as razões pelas quais eles foram construídos, no sentido de justificar a existência de um Estado centralizado no país. Sobre a Muralha, acessar The China Guide. Sobre o Grande Canal acessar China medieval.
2) A Rota da Seda e a presença do viajante veneziano Marco Polo também podem ser utilizadas para comentar a tradição comercial pré-existente na China antes da Dinastia Ming. Sobre a Rota da Seda, acessar China antiga (2), no site UOL Educação.