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Metrópoles - Impactos ambientais da urbanização

Ângelo Tiago de Miranda

(Atualizado em 15/01/2014, às 17h23)

A metrópole - grande aglomeração na qual uma cidade central polariza (política, econômica e culturalmente) uma ampla região constituída de várias outras cidades - é a maior amostra do poder do homem para transformar o ambiente natural.

De maneira geral, os problemas ambientais se manifestam mais nas grandes cidades, em comparação às pequenas ou ao meio rural. Nesses grandes centros urbanos há problemas ambientais que produzem diversas conseqüências sobre todos os aspectos do meio ambiente natural (como a fauna, a flora, o relevo, o clima e a hidrologia). Além da poluição atmosférica, as metrópoles apresentam outros problemas ambientais, como:

  • Poluição sonora: provocada pelo excesso de ruídos (do trânsito de veículos automotores, indústrias, obras nas ruas, movimento de pessoas, propaganda comercial, sirenes e alarmes, atividades recreativas, entre outras). Isso pode causar danos aos seres humanos, como estresse, efeitos psicológicos, distúrbios neurológicos, náuseas e cefaleias, até a perda da audição.
  • Poluição visual: ocasionada pelo excesso de cartazes, anúncios, propagandas, banners, totens, placas, etc. dispostos no ambiente urbano e que escondem a fachada das casas e dos edifícios - e, principalmente, a paisagem natural.
  • Água e esgotos: devido ao excesso de consumo de água e à poluição dos mananciais (reservas de água) por resíduos domésticos e industriais, os sistemas de abastecimento tornam-se cada vez mais caros, pois quando as reservas locais estão contaminadas é preciso, para abastecer os grandes centros urbanos, transportar água de locais distantes.

O esgoto também se configura num problema grave, sobretudo nas cidades dos países em desenvolvimento, que não dispõem de redes completas de coleta e de estações adequadas de tratamento.

Como consequência, ocorre a poluição das águas dos rios e córregos, causada pelo lançamento de efluentes industriais e agrícolas - e também de esgotos domésticos, além de outros resíduos sólidos.

No estudo desenvolvido pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), intitulado "Além da Escassez: Poder, Pobreza e a Crise Mundial do Fornecimento de Água", a agência das Nações Unidas informa que, anualmente, 1 milhão e 800 mil crianças morrem de diarreia (o equivalente a 205 crianças por hora), 443 milhões faltam à escola por doenças causadas pelo consumo de água inadequada e metade da população dos países em desenvolvimento passa por algum problema de saúde dessa natureza.

  • Congestionamentos frequentes: um dos problemas que tem recebido maior atenção de especialistas e governos é referente ao tráfego e à crescente motorização das populações urbanizadas. Nas grandes cidades, a expansão da motorização individual gerou um aumento nos deslocamentos por automóvel, ao passo que a utilização dos transportes públicos estagnou ou declinou.

Nas cidades dos países em desenvolvimento, devido à carência de adequados sistemas de transporte público, o uso do automóvel foi privilegiado para os habitantes realizarem seus deslocamentos. Além disso, a expansão das cidades e a conseqüente formação de subúrbios distantes do centro propiciaram o aumento das distâncias percorridas por aqueles que diariamente se deslocam para trabalhar, utilizando, para isso, o automóvel.

Assim, o congestionamento das vias urbanas de tráfego é resultado da ligação desses dois processos. Vale lembrar ainda os impactos locais ocasionados pelo automóvel, como a poluição do ar, a poluição sonora e os acidentes de tráfego, bem como a infra-estrutura viária construída (pistas expressas, vias elevadas, viadutos, anéis periféricos), que consome amplos espaços, descaracteriza grande parte da paisagem urbana e deteriora parques, praças e áreas residenciais.

  • Carência de arborização: entende-se por arborização urbana toda cobertura vegetal de porte arbóreo existente nas cidades. As árvores desempenham uma importante função nas áreas urbanizadas, no que se refere à qualidade ambiental. A sua falta implica em diversas conseqüências para o ambiente urbano, já que elas realizam a purificação do ar por meio da fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através de mecanismos fotossintéticos.

As árvores melhoram o microclima da cidade, retendo a umidade do solo e do ar e gerando sombra; influenciam o balanço hídrico, favorecendo a infiltração da água no solo e provocando evapotranspiração mais lenta; protegem as nascentes e os mananciais; reduzem a poluição sonora, pois amortecem os ruídos; e, finalmente, servem de abrigo à fauna, principalmente aos pássaros.

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