Topo

Hábito da leitura pode ser adquirido em qualquer idade; quer tentar?

Ligia Sanchez<br>Especial para UOL Educação

Em São Paulo

27/04/2011 07h00Atualizada em 27/04/2011 12h50

Experiências de programas de incentivo à leitura mostram que o primeiro passo é cativar o potencial leitor, o que se faz com uma proposta desafiadora. "Depois da aproximação, as pessoas são capazes de apreciar a leitura e se interessar por diferentes gêneros”, afirma Maria Alice Armelin, do Cenpec - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária.

Para aqueles que acabaram criando aversão a ler, Silvia Colello afirma que é possível reverter este quadro com a própria magia da leitura. “Um exemplo foi o fenômeno que aconteceu há pouco tempo, da série de livros do Harry Poter, que atraiu milhões de crianças que não liam para a leitura. O importante é embarcar na grande aventura de ler”. Silvia é  professora da Faculdade de Psicologia da USP e autora do livro “Textos em Contextos – Reflexões sobre o ensino da língua escrita".

Incentivo na infância é importante

Adquirir o hábito da leitura é um investimento a longo prazo, que se inicia muito cedo na vida das pessoas. "Sem prejuízo da atividade oral de se contar histórias sem livros, é importante ler para crianças desde muito pequenas. E não deve ser abandonada quando ela aprende a ler na escola", afirma a
A família tem papel crucial na formação do hábito de leitura. A maioria das pessoas que gostam de ler dizem que os pais foram quem mais as influenciou a tomar gosto pela coisa, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. “Isso nos leva a explorar a importância do exemplo, lendo na frente das crianças e para elas, mostrando os conhecimentos que foram adquiridos e a contribuição para sua formação profissional”, afirma Zoara Failla, gerente de projetos do Instituto Pró-Livro.

A pesquisa também mostra que as pessoas preferem ver TV, ouvir música ou simplesmente descansar em seu tempo livre. Como estimular a leitura em um ambiente dominado pela televisão, rádio e internet? Segundo Silvia Colello, a leitura não concorre com outras linguagens, é complementar. “Mesmo na TV aparecem coisas escritas. A leitura acaba enriquecendo e é enriquecida pelas outras linguagens, isso faz parte da pluralidade em que aparece no cotidiano.”