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Por reajuste salarial, professores de universidades estaduais suspendem aulas no PR

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

07/03/2012 15h31

Professores de seis das sete universidades estaduais do Paraná pararam para protestar por reajuste salarial nesta quarta-feira (7). Sindicatos da categoria estimam que 90% dos docentes cruzaram os braços e cancelaram as aulas do dia.

Na UEL (Universidade Estadual de Londrina), a maior delas, os manifestantes afirmam que apenas um dos cerca de 1.600 professores trabalhou, pela manhã. Com isso, praticamente todos os 17 mil alunos da instituição ficaram sem aulas.

Também aderiram à paralisação professores da UEM (Universidade Estadual de Maringá), da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) e da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná).

Os docentes querem reposição salarial de 31% para cobrir uma defasagem que faz com que seus vencimentos sejam inferiores aos de técnicos administrativos de nível superior. “Hoje, um advogado do quadro da universidade ganha 31% mais que um professor do curso de Direito”, argumentou Silvia Alatanian, professora-doutora do Departamento de Serviço Social e secretária do Sindiprol/Aduel, sindicato que representa professores da UEL e da Uenp.

Segundo os sindicatos, o governo apresentou uma proposta para repor as perdas em 11 de novembro passado – os 31% seriam acrescidos aos salários em três reajustes anuais. “Mas, no dia 3 de fevereiro, nos chamou para dizer que não daria mais nada. Nunca houve algo assim. O protesto de hoje representa nossa indignação”, disse Silvia.

“Não é bem assim”, afirmou ao UOL o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal. “Em novembro, apresentamos uma proposta que, se aceita pelos professores, iríamos encaminhar à área financeira do governo, para que se avaliasse a viabilidade. [Em fevereiro] Chegamos à conclusão de que, neste momento, o estado não suporta a proposta.”

Pela manhã, Leal e representantes dos sindicatos se reuniram em Curitiba e estabeleceram prazo até o próximo dia 20 para que o governo apresente uma nova proposta para fazer a reposição. “Estamos estudando de que forma avançar e corrigir as distorções salariais. Em princípio, a proposta [de repor os 31%] está totalmente mantida. Vamos ver de que forma viabilizar isso financeiramente”, falou o secretário.

“Até dia 20, aguardamos, pois já havíamos aceitado a proposta do governo. A depender da resposta, vamos tomar posição”, disse o presidente do Sindiprol/Aduel, Nilson Magagnin, perguntado sobre a possibilidade de greve nas universidades estaduais.

Protestos

No final da manhã, cerca de 600 professores e alunos, segundo os sindicatos, marcharam pelo centro de Curitiba rumo ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, para protestar pela reposição salarial.

Em Londrina, funcionários da UEL também protestaram nesta quarta-feira. Eles bloquearam a entrada do campus com pneus, o que congestionou o tráfego na região da universidade e prejudicou até mesmo o protesto dos docentes. “A maioria dos alunos não veio, pois sabia e compreendia o protesto. Se eles tivessem vindo, o trânsito ficaria muito pior”, afirmou Silvia.