Febrace: Prótese ortopédica feita por estudantes com material reciclável custa R$ 141,50
Uma prótese ortopédica feita com material reciclável, como polipropileno (material dos copos de plástico) e PET fundido e laminado, é um dos projetos relacionados à saúde da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), que está acontecendo em São Paulo e termina nesta quinta-feira (15).
O protótipo, voltado para amputados de membro inferior, foi desenvolvido pelos estudantes Eduardo Trierweiler Boff, 20, e Lucas Strasburg Ferreira, 20, quando eles faziam um curso técnico de mecânica em Novo Hamburgo (RS). Atualmente, Boff faz faculdade de comércio exterior e Ferreira conta que quer fazer engenharia de produção.
Segundo eles, o custo estimado é de R$ 141,50 e a prótese tem durabilidade de quase dois anos. “A gente também fez um protótipo de joelho com material plástico, e baixamos o custo de R$ 45 mil para R$ 1.500”, conta Ferreira.
Uma prótese de pé feita de fibra de carbono custa de R$ 6.000 a R$ 18 mil e dura, em média, mais de cinco anos, conforme o uso, segundo informações do Shopping Ortopédico.
Ferreira conta que ambos pretendem se especializar na área protética. Inclusive compraram uma norma internacional para projetar uma máquina que faça testes de próteses para membros inferiores. Atualmente, ninguém fábrica esse equipamento no Brasil. “A gente tem o projeto, mas precisamos de R$ 600 mil para construí-la. Por isso, não saiu do papel ainda”, relata Ferreira.
TEIAS ANTI-CANCERÍGENAS
O estudante Leonardo de Oliveira Bodo, 17, pesquisas propriedades farmacêuticas em teias de aranha há três anos
Outro projeto interessante no campo da saúde é do estudante Leonardo de Oliveira Bodo. Ele dedicou três anos de sua vida escolar em pesquisas sobre propriedades farmacêuticas encontradas em teias de aranha.
Bodo acabou de se formar no Ensino Médio no Dante Alighieri, colégio tradicional de São Paulo, mas permanece na pesquisa.
Ele encontrou moléculas que destroem células cancerígenas sem destruir células saudáveis em teias de caranguejeira e de armadeiras. “Pode ser que em teias de aranhas diferentes tenha o mesmo composto”.
Nas pesquisas, o estudante também encontrou moléculas que combatem uma bactéria que corrói tanques de combustível de veículos de todos os tipos.
A feira
Os projetos científicos não estão apenas na área de exatas. Propaganda nazista, Caetés (primeiro romance de Graciliano Ramos) e cartas de alforria foram temas de alguns trabalhos científicos apresentados na feira. “No Brasil, as pessoas pensam que ciências são apenas ciências naturais. A ideia é que o estudante aprenda a fazer um trabalho cientifico, e há muitas áreas a serem exploradas”, avalia Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da Febrase.
Além das ciências humanas, os projetos estão divididos em outras seis categorias: ciências exatas e da terra, ciências biológicas, ciências da saúde, ciências agrárias, ciências sociais e aplicadas e engenharia.
Há dois métodos de seleção: o primeiro é por meio de submissão direta dos autores; o segundo é por meio de 54 feiras de ciências afiliadas à Febrace. Há projetos científicos de todos os Estados brasileiros.
Dentre os 750 estudantes que estão participando, 70 vão receber uma bolsa de iniciação cientifica do CNPq, que pode ser para continuar o mesmo projeto ou para iniciar outra investigação, conta Lopes. Além do orientador de sua escola, o estudante deverá procurar a orientação de um professor de uma universidade ou de um centro de pesquisa.
Edição do ano que vem
Quem quiser participar da edição do ano que vem, as inscrições para novos projetos vai até 29 de outubro pelo site da Febrace. A divulgação dos finalistas vai ser no dia 18 de dezembro de 2012.
A feira de 2013 acontecerá nos dias 12, 13 e 14 de março, e as cerimônias de premiação serão nos dias 15 e 16 de março.
Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia)
QUANDO: de 13 a 15 de março
ONDE: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP)
MAIS: www.febrace.org.br
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